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Braços cruzados

Fábrica da Renault continua em greve após um mês de paralisação

Confira as reivindicações dos trabalhadores e a proposta da Renault para cessar o movimento. Tribunal Regional do Trabalho irá analisar legalidade da greve

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Paralisação na fábrica de São José dos Pinhais dura 29 dias
Paralisação na fábrica de São José dos Pinhais dura 29 dias Foto: Renault / Divulgação
ATUALIZAÇÃO: O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba anunciou o fim da greve nesse mesmo dia e o retorno dos trabalhadores às funções a partir de amanhã. A Renault se comprometeu a apresentar uma nova proposta para para pagamento da PLR.

A greve dos trabalhadores da Renault em São José dos Pinhais, no Paraná, completa hoje 29 dias. Até o momento, não há qualquer indício de entendimento entre o fabricante e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). Com isso, cerca de 15.545 carros deixaram de ser produzidos - afetando o desempenho de vendas, principalmente, do recém-lançado Kardian -  e a marca informou que só voltará a negociar se os funcionários retornarem ao trabalho.

Os envolvidos aguardam o resultado do julgamento quanto à legalidade da greve, marcada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª região. Anteriormente, o juiz considerou o movimento ilegal, mas desta vez o julgamento envolveu um colegiado do referido órgão.

Sindicato diz que Renault quer colocar trabalhadores em risco

O presidente do SMC, Sérgio Butka, diz que a greve continuará devido à falta de maturidade da montadora. O representante dos trabalhadores diz que a Renault não aceita o resultado da assembleia e não quer sentar para negociar.

O sindicalista entende que a fábrica “não quer resolver nada das reivindicações, preferindo colocar em risco a saúde e segurança do trabalhador e tomar prejuízo com a falta de produção só para não dar o braço a torcer”. A greve iniciou com a pauta centrada no valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e no reajuste salarial de 2024. No entanto, a paralisação da fábrica da Renault ganhou novo escopo ao demandar melhores condições de trabalho.

De acordo com material divulgado pelo sindicato, o principal pedido dos trabalhadores é a contratação de mais empregados. O aumento no número supriria o ritmo intenso da linha de produção, que tem sobrecarregado os funcionários, o que coloca sua saúde e segurança em risco. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba diz que “uma evidência desse fato é o índice de engajamento do trabalhador na linha de produção que está em 95%, ou seja, dentro do processo de trabalho, o trabalhador tem apenas 5% de tempo para dar ‘uma respirada’ ou ir ao banheiro”. 

Renault faz proposta para parar a greve

A planta da montadora no Paraná é responsável pela produção de modelos como Oroch, Kardian, Kwid e Duster. Cerca de 5 mil trabalhadores, sendo 3,5 mil da produção e 1,5 mil administrativos, operam em dois turnos. De acordo com o portal Auto Indústria, a Renault propõe PLR de R$ 25 mil, enquanto os trabalhadores reivindicam R$ 30 mil. Quanto ao reajuste, a montadora ofereceu aumento baseado no índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), enquanto os funcionários pedem o INPC (previsão de 3,66%) mais o PIB de 2022 (3,02%), totalizando 6,8%.