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Adrenalina!

De cavalos a cavalo-vapor: corridas de biga com motos viralizam na internet

Com origem nos jogos romanos, o esporte das corridas de biga chama atenção na internet com motocicletas potentes no lugar de cavalos

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Corridas de biga reviveram nos anos 20 com motocicletas
Corridas de biga reviveram nos anos 20 com motocicletas Foto: Internet/Reprodução

Nas antigas Olimpíadas, por volta de 600 a.C, a corrida de bigas era uma modalidade esportiva que fazia parte da programação da competição. Multidões eram reunidas em grandes estádios para assistir a corrida, que consistia em carruagens puxadas por cavalos, conduzidas por aurigas, que eram os "pilotos" profissionais.  

Competir em uma biga exigia habilidade, destreza e uma grande capacidade de controlar os cavalos em alta velocidade pelas curvas apertadas em uma pista oval. Mas a popularidade dessas corridas não era apenas devido ao espetáculo em si. O que realmente atraía o público era o grande risco envolvido. 

Ferimentos graves e mortes de pilotos e cavalos eram comuns devido aos frequentes acidentes e colisões. No entanto, isso não parecia incomodar o público das competições, que só se entusiasmavam mais com toda a adrenalina. 

Com o passar do tempo, as corridas de biga se tornaram apenas uma lembrança na memória, até que uma reinterpretação moderna surgiu no início do século 20. Quem já assistiu ao clássico filme "Ben-Hur: A Tale of the Christ", de 1925, presenciou a cena que representa uma intensa corrida de biga.

Mentes criativas decidiram reviver o conceito baseado no filme, mas com uma reviravolta tecnológica: os cavalos de antigamente foram substituídos por cavalos de potência.

Agora, as bigas passaram a ser puxadas por motocicletas e assim nasceram as "motorcycle chariots racing" ou “corridas de biga de motocicleta”. A atualizada corrida de biga, que parece uma boa mistura dos antigos jogos romanos com um filme de ação futurista, teve início na Austrália.

Cabeças pensantes começaram a adaptar motocicletas para funcionarem como "cavalos de aço", montando lado a lado e as unindo por meio de tubos de metal soldados. A ideia era acelerar e aumentar a manobrabilidade das bigas modernas, criando um espetáculo ainda mais eletrizante do que as corridas de moto convencionais.

Nos anos 1920, as corridas de bigas com motocicletas repetiram o comportamento do público da Roma Antiga e multidões foram atraídas em estádios de terra, com os pilotos frequentemente vestidos como personagens romanos, que aumentava o efeito dramático e histórico das corridas. 

Durante a Grande Depressão, em 1929, as corridas de biga de motocicleta viraram eventos comunitários, acompanhadas por desfiles, shows de truques com motocicletas e outras atrações, criando um espetáculo completo para o público. Mas, com a Segunda Guerra Mundial, as competições praticamente foram extintas, ofuscadas pela evolução dos esportes motorizados mais seguros e regulamentados.

Apesar de terem caído no esquecimento por muitas décadas, nos últimos anos, algumas tentativas de reviver as corridas de biga de motocicleta surgiram, principalmente no seu país de origem. Em abril de 2022, o Sydney Royal Easter Show, evento de entretenimento com apresentações e competições na Austrália, contou com Jack Field e motocicletas Husqvarna de quase 100 cavalos de potência representando uma corrida de biga.

As engenhocas atuais utilizam barras de aço para conectar duas motocicletas, com bastões longos presos aos guidões para controlar os aceleradores. Embora os detalhes sobre como os freios e as alavancas de mudança são operados a partir da biga não sejam claros, o espetáculo visual e o apelo nostálgico das corridas permanecem atraindo o público.

E a internet recebeu de forma entusiasmada a corrida de biga tanto quanto os romanos! Os vídeos da apresentação viralizaram na internet e, até hoje, continuam circulando e chamando a atenção dos usuários.

@gamingbible Imagine showing this off to Ancient Romans ???? @thejenner175 #podracing #starwars #motorcycle #chariot ? original sound - GAMINGbible

A tradição, reinventada, prova que a combinação de perigo e habilidade ainda tem o poder de fascinar as multidões.