O mercado brasileiro vive uma situação paradoxal: a produção de veículos em maio fechou em 166,7 mil unidades, o que representa uma queda de 26,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, as vendas totais do setor, incluindo novos nacionais e importados, foram 10% maiores que em maio de 2023. Isso significa que, enquanto a indústria nacional recuou, os produtos importados avançaram. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), isso é um sinal de alerta.
De acordo com o balanço divulgado pela própria Anfavea, o volume de emplacamentos de autoveículos vindos de outros países já chegou a 159.355 mil unidades de janeiro a maio, 44 mil a mais do que no mesmo período de 2023, uma alta de 37,8%. Os modelos elétricos e híbridos de origem chinesa, que têm Imposto de Importação abaixo da média de outros veículos, representaram 82% desse crescimento das importações no ano.
A avaliação da Anfavea é que as exportações continuam muito abaixo das expectativas, o que prejudica a produção nacional de veículos. Em maio, foram exportadas 26,8 mil unidades, queda de 41,4% ante maio do ano passado e queda de 2,1% em relação a abril deste ano. No acumulado de janeiro a maio, as 136,3 mil unidades exportadas representaram recuo de 29,7% sobre igual período do ano passado, quando o número absoluto chegou a 193,8 mil.
"“Essa alta tem uma composição perigosa, porque as importações estão crescendo muito, e as exportações estão reduzindo.”
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por Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea
Ainda de acordo com o balanço da Anfavea, a produção de veículos no país sofreu uma redução de 24,9% no último mês de maio em comparação a abril deste ano. Considerando o acumulado do ano, houve queda de 1,7% ante o mesmo período de 2023. Já as vendas caíram 12% em relação a abril. Porém, no acumulado dos primeiros cinco meses de 2024, o volume foi 15% maior que em 2023, com 929,7 mil unidades emplacadas.
Produção de veículos alavanca empregos
Sobre os empregos diretos nas fábricas de autoveículos, em maio, o número chegou a 103.299, um crescimento de 1,3 mil empregos em relação a abril e de 3,1 mil sobre maio de 2023. “Esse é o melhor nível desde novembro de 2022, indicando os primeiros reflexos positivos dos investimentos anunciados pelos fabricantes desde o ano passado”, avaliou, em nota, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Segundo ele, o poder de geração de empregos indiretos na cadeia automotiva é da ordem de dez para cada vaga direta (Com informações da Agência Brasil).
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