Recentemente, os Estados Unidos anunciaram um aumento drástico na taxação dos carros elétricos importados da China, elevando a alíquota para 100%. Uma verdadeira declaração de guerra aos carros chineses.
A medida teve como justificativa proteger a indústria automotiva do país norte-americano, que enfrenta uma concorrência cada vez mais acirrada com os novos carros chineses, conhecidos por sua competitividade em preço e tecnologia.
A batalha para conter a expansão dos carros chineses (especialmente os elétricos) está se espalhando pelo mundo afora, como é o caso da Turquia. Seguindo o exemplo dos Estados Unidos, o país do Oriente Médio também declarou novas medidas protecionistas.
Todos os carros elétricos, híbridos e a combustão fabricados na China, a partir de julho, estarão sujeitos a uma taxa de importação de 40%. Além disso, uma taxa mínima de US$ 7 mil (aproximadamente R$ 37.500) será aplicada, garantindo que mesmo os modelos mais acessíveis enfrentam uma barreira ao entrarem no mercado turco.
Segundo o Ministério do Comércio da Turquia, a intenção dessas tarifas é dupla: proteger a indústria automotiva nacional e ajudar a equilibrar a balança comercial do país, que registrou um déficit de US$ 45,2 bilhões no último ano.
A medida coincide com o lançamento do primeiro carro elétrico turco, o Togg T10X, um SUV de médio porte com autonomia superior a 500 quilômetros.
Taxação de carros chineses em outros países
Além de EUA e Turquia, a União Europeia também está discutindo a possibilidade de impor sanções contra os carros chineses elétricos. Mas a situação é mais complexa no território europeu devido à interdependência entre as montadoras europeias e o mercado chinês.
Muitas empresas europeias não apenas vendem seus carros na China, mas também produzem e importam modelos fabricados lá. Há um receio considerável de que tarifas elevadas possam prejudicar essas empresas.
No Brasil, o governo está gradualmente removendo isenções fiscais para a importação de carros elétricos. A alíquota atual é de 12% para híbridos de todos os tipos e 10% para elétricos. A partir de julho, essas taxas aumentarão para 25% para híbridos leves e plenos, 20% para plugins e 18% para elétricos. O plano é que, até julho de 2026, o imposto seja de 35% para todas as categorias de veículos eletrificados.
Por que carros chineses chamam atenção?
Os carros chineses elétricos, em particular, têm ganhado popularidade devido à boa relação custo/benefício e inovações tecnológicas. No entanto, essa popularidade está gerando preocupações entre os governos e indústrias locais, que temem prejuízos altos de suas capacidades produtivas nacionais e de mercado.
O panorama internacional do setor automotivo está em rápida transformação, com as políticas protecionistas surgindo como uma maneira para proteger o setor automotivo nacional de muitos países.
Como equilibrar a abertura ao comércio global com a proteção das indústrias nacionais? A tendência atual aponta para uma postura mais defensiva, com os governos buscando formas de fortalecer suas economias frente à concorrência externa.
À medida que os carros elétricos se tornam mais comuns, a tensão entre cooperação internacional e protecionismo se intensifica. O desafio será encontrar um meio-termo que permita a inovação e a competitividade sem sacrificar a viabilidade das indústrias locais.
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