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Carros elétricos: impostos sobem neste mês de julho; saiba quanto

Após alguns anos isentos de impostos, carros elétricos e híbridos importados terão taxação gradual até 2026, chegando a 35%

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Alíquotas para carros elétricos subiram de 0% para 18% em julho de 2024
Alíquotas para carros elétricos subiram de 0% para 18% em julho de 2024 Foto: Arte/Equipe Vrum

Não é novidade que os carros elétricos e híbridos importados, principalmente os chineses, estão fazendo a festa no mercado automotivo brasileiro desde o início do ano. Com preços competitivos, os carros chineses  têm liderado as vendas, principalmente após a reintrodução gradual do imposto de importação, em janeiro deste ano.

Há um ano, vários modelos de carros elétricos e híbridos sofreram reduções significativas de preço, chegando a baixar até R$ 100 mil após o lançamento do BYD Dolphin, em junho de 2023. Esse movimento se repetiu no fim de fevereiro deste ano, quando o Dolphin Mini foi lançado por R$ 115.800, rapidamente se tornando o elétrico mais vendido do país.

Na ocasião, a Renault também entrou na onda de reduções de preço, baixando o valor do Kwid E-Tech na epóca de R$ 149.990 para R$ 99.990, sendo a primeira vez que um carro elétrico ficou com preço abaixo de R$ 100 mil no Brasil. Com isso, o Kwid elétrico ficou apenas R$ 20 mil mais caro que a versão a combustão do hatch, fabricado no Paraná. 

O governo federal, no entanto, retomou o imposto de importação no dia 1º de janeiro. Ao contrário do que parece, o aumento não foi direcionado especificamente aos veículos chineses, mas a todos os importados. Isentos de imposto de importação desde 2016, os carros elétricos passaram a pagar uma taxa de 10% em janeiro. Desde ontem, 1º de julho, essa taxa subiu para 18%. No caso dos híbridos, a tarifa passou de 4% para 15% em janeiro e, agora, para 25%. Gradualmente, essas taxas subirão até atingir a alíquota integral de 35% em julho de 2026.

BYD Dolphin Mini rosa visto de frente em fundo branco com sombras.
Montadoras como a BYD adiam reajustes com estoque pré-importado Foto: BYD/Divulgação

Mas a Anfavea, associação que representa as montadoras de veículos com fábricas no Brasil, pressiona a todo vapor para que o governo retome o percentual máximo do imposto de importação antes de 2026, justificando que tantas importações afetam muito a indústria nacional. A associação também sugere um teto anual médio de 4.800 carros importados por marca, visando proteger os investimentos das montadoras, que somam R$130 bilhões até o fim da década.

Conforme antecipado, o impacto imediato do aumento do imposto nos preços dos elétricos e híbridos pode ser adiado por algumas montadoras – como a BYD – que trouxeram grandes lotes de carros da China para evitar a taxação. Mas é de se esperar que os reajustes comecem a aparecer ao longo do segundo semestre deste ano.

Estratégias de estoque de carros elétricos chineses

A BYD, por exemplo, já importou cerca de 60 mil carros para o Brasil no primeiro semestre, garantindo estoque para os próximos meses. Entretanto, outras marcas podem não ter a mesma margem de manobra. A Volvo, por exemplo, já anunciou novos preços com o aumento do imposto, elevando o valor do crossover elétrico EX30 de R$ 219.950 para R$ 229.950, e prevendo novos aumentos com a elevação da taxa de importação para 18%.

O aumento de preços deve ser mais pronunciado nos carros híbridos, que enfrentam uma tarifa de importação maior. Modelos como o Kia Niro, Haval H6 e Honda Civic híbrido devem ser os mais afetados. Já os híbridos plugin, como o recém-lançado BYD King e o SUV Song Plus, também sentirão o impacto, mas de forma mais moderada.

 

Haval H6 branco de frente em movimento na rua asfaltada
BYD e GWM investem em fábricas no Brasil para reduzir custos Foto: Kia/Divulgação

Mas, em resposta  aos aumentos dos impostos de importação, a BYD está investindo na construção de uma nova fábrica em Camaçari, na Bahia, ocupando a antiga planta da Ford. Simultaneamente, a GWM está preparando a fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo, adquirida da Mercedes-Benz. Esses movimentos indicam que o Brasil está se tornando um polo industrial para marcas chinesas, talvez o maior fora da China.

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