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NOSTALGIA

Santana: primeiro carro de luxo da Volkswagen faz 40 anos

Produzido ao longo de 22 anos, modelo esteve entre os mais sofisticados da indústria nacional nas décadas de 1980 e 1990

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Linha Santana foi formada pelo sedan, com carrocerias de duas e de quatro portas, e pela perua Quantum
Linha Santana foi formada pelo sedan, com carrocerias de duas e de quatro portas, e pela perua Quantum Foto: Volkswagen/Divulgação

Um dos carros mais marcantes da história da Volkswagen no Brasil completou 40 anos no último mês de junho: o Santana. Após ser mostrado ao público em novembro de 1983, no extinto Salão do Carro a Álcool, o modelo chegou às lojas em meados de 1984, cerca de 4 anos após ter sido lançado na Europa. Ainda assim, despontou entre os automóveis nacionais mais sofisticados e modernos da época.

Os alvos eram o Chevrolet Monza, que havia estreado em 1982 e virado febre entre os consumidores, e o Ford Del Rey, que, por sua vez, derivava do Corcel II. Consequentemente, o Santana competiria em um segmento no qual a Volkswagen ainda não atuava: o de carros de luxo. 

Em outros mercados do mundo, inclusive na Europa, o modelo era, na verdade, o Passat de segunda geração: o nome Santana designava apenas a configuração sedan (havia ainda o notchback e a perua). Porém, no Brasil, a Volkswagen adotou a estratégia de manter as duas linhagens à venda, sendo que a mais nova, claro, ganhou o status de modelo à parte e ocupou um patamar superior na gama.

Volkswagen Santana 1984, vermelho, duas portas, de frente, estacionado, em foto de estúdio
Volkswagen Santana chegou ao mercado brasileiro em junho de 1984 Foto: Volkswagen/Divulgação

Inicialmente, a gama era composta pelas carrocerias de quatro e de duas portas (essa última exclusiva para o mercado brasileiro). As versões de acabamento eram a básica CS (Comfort Silver), a intermediária CG (Comfort Gold), e a top CD (Comfort Diamond).

O motor do Volkswagen Santana era sempre 1.8: quando movido a gasolina, desenvolvia 85cv de potência e 14,6kgfm; os números subiam para 92cv e 14,9kgfm na configuração a etanol. Já o câmbio podia ser manual de cinco marchas ou automático de três velocidades. 

Perua Quantum completa a gama do Volkswagen Santana

Volkswagen Sanatana Quantum, com motor 2000, estacionado, de traseira, em foto de estúdio
Perua Santana Quantum chegou ao Brasil em 1985 Foto: Volkswagen/Divulgação

Já em agosto de 1985, a gama do Volkswagen Santana crescia com a chegada da perua, que, em vez do nome Variant, adotado na Europa, passava a se chamar Quantum. Nela, a carroceria tinha sempre quatro portas. A station wagon já nasceu com uma novidade mecânica que, naquele ano, foi estendida ao sedan: uma versão aprimorada do motor 1.8, com bielas mais longas, que posteriormente passaria a se chamar AP. 

Graças a essas mudanças, a potência aumentou para 90cv com gasolina e para 96cv com etanol. O torque também cresceu, chegando a 15,2kgfm com o primeiro combustível e a 15,6kgfm com o segundo. Além disso, o funcionamento ficava mais suave, principalmente em altas rotações. 

Já dirigimos um Volkswagen Santana Quantum 1987: assista ao vídeo!

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A linha 1987 do Volkswagen Santana, que estreava em 1986, trazia uma discreta reestilização, que alterou faróis, para-choques e grade frontal. As versões também mudaram de nome: passaram a se chamar C (Comfort), CL (Comfort Luxe), GL (Grand Luxe) e GLS (Grand Luxe Special). Em maio de 1988, a gama recebia a opção de motor 2.0, que rendia, com etanol, 112cv e 17,3kgfm. 

Na linha 1990, estreavam duas das versões mais marcantes da história do Santana. Uma delas era a Sport, disponível também na Quantum, com bancos e visual mais esportivos. A segunda era a sofisticada EX (Executive), equipada com injeção eletrônica. Essa tecnologia aumentava os números de potência e torque, mas a Volkswagen revelava apenas os números brutos (e nãoos líquidos, como é padrão), de 125cv e 19,5 kgfm.  

Volkswagen Santana EX de lateral estacionado
Volkswagen Santana EX de lateral estacionado Foto:

Volkswagen Santana recebe a primeira reestilização

Uma grande reestilização marcou o Santana em 1991. O sedan e a perua mantinham as portas inalteradas, mas exibiam novos capô, para-lamas, teto e capô. O interior também trazia muitas mudanças, inclusive um painel reprojetado. As modificações eram fruto da equipe de design da Volkswagen no Brasil.

No fim de 1991, o modelo passou a oferecer uma primazia entre os automóveis nacionais: freios ABS. A Quantum com as mesmas atualizações do sedan chegava ao mercado justamente naquele ano. No fim do ano seguinte, a linha 1994 passava a oferecer uma injeção monoponto FIC, de origem Ford, para as versões de entrada. A versão Sport também retornava à gama, sempre com motor 2.0 e carroceria de duas portas. 

Outra mudança, também discreta, caracterizou a linha 1995 do Volkswagen Santana, que estreou no fim de 1994: uma nova grade dianteira. Também naquele ano, o motor 2.0 passou a vir sempre equipado com um sistema de injeção multiponto, que elevava a potência para 114 cv, e o torque para 17,5kgfm. Foi a última vez que a gama ofereceu a carroceria de duas portas, que deixou de ser produzida em meados de 1995.  

Declínio e última reestilização

O mercado brasileiro de automóveis fervilhava durante a década de 1990. Os modelos importados eram a última moda, mas dois novos sedans nacionais também atraíam os consumidores: o Fiat Tempra e o Chevrolet Vectra. Incapaz de esconder as rugas do Santana diante dos concorrentes mais jovens, a Volkswagen reposicionou o Santana para baixo, com preços mais acessíveis. 

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Santana já sentia o peso dos anos quando passou pela última atualização, em 1998 Foto:

Essa nova estratégia comercial ficou marcada com a chegada da linha 1999, que estrou em 1998 com mais uma reestilização. O Volkswagen Santana ganhou para-choques mais lisos, sendo que o dianteiro integrava-se à grade. Havia ainda novas lanternas na traseira e atualizações pontuais no interior. As portas dianteiras finalmente perdiam os quebra-ventos e recebiam retrovisores reprojetados. 

Depois disso, a gama recebeu apenas novidades pontuais. A perua Quantum saiu de linha em 2003. Por sua vez, o sedan se despediu em 2006: então, era adquirido majoritariamente por frotistas e taxistas. A produção no país totalizou cerca de 538 mil veículos ao longo de 22 anos. 

Volkswagen Santana azul, de traseira, estacionado em frente a galpão
Linha santana sofreu o último retoque de estilo em 1998 Foto: Volkswagen/Divulgação