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Vivendo perigosamente

Preço do seguro de carro avançou em junho; entenda as causas

O aumento no valor dos carros impacta diretamente o preço do seguro, mas são muito os fatores que também contribuem para esse aumento

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O aumento da taxa de sinistralidade leva ao aumento dos preços das apólices
O aumento da taxa de sinistralidade leva ao aumento dos preços das apólices Foto: Apesar de não haver regras específicas, alguns fatores podem ser agravantes para que a seguradora se recuse a prestar assistência ao cliente

Segundo recentes dados da Confederação Nacional das Seguradoras, apenas 30% dos veículos em circulação no Brasil estão protegidos, deixando a maioria da frota nacional (70%) totalmente desprotegida. Os fatores que contribuem para manter os índices de cobertura tão baixos podem ser diversos, como custo elevado do seguro de carro, envelhecimento da frota automotiva e a falta de conhecimento sobre os benefícios do seguro.

Recentemente, a empresa TEx divulgou os números atualizados do Índice de Preços do Seguro Automóvel (IPSA) de junho de 2024, que indicaram um aumento de 1,8% no preço dos seguros em relação ao mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, por outro lado, houve uma redução de 8,1% nos preços do seguro de carro. As variações são influenciadas diretamente por fatores como a taxa de sinistralidade, que cresceu 29% no último bimestre, conforme dados da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Além disso, o aquecimento nas vendas de veículos novos e usados, com aumento de 13,7% nos emplacamentos e 9,2% nas negociações de usados registrados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), também impacta a precificação das apólices.

Preço do seguro está caro para os proprietários de veículos?

Um dos principais obstáculos apontados pelos consumidores é o custo elevado das apólices de seguro de carro. Uma pesquisa realizada pelo Sem Parar revelou que 63% dos proprietários de carros sem seguro optam por não contratar a proteção justamente por causa dos valores altos. Impulsionado por diversos fatores, esse cenário é diretamente proporcional à valorização dos veículos no mercado. Quanto mais caros os veículos estão no mercado, mais caro o seguro será. Desde 2017, o preço dos veículos zero quilômetro quase dobrou, o que também impacta o custo das indenizações e, consequentemente, dos seguros.

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Proprietários se arriscam sem seguros de carros pelo alto valor das apólices Foto: Na descida a eletrônica ajuda a manter o carro seguro na trilha

Com mais de 53% dos automóveis em circulação com mais de dez anos de uso, muitas seguradoras consideram a idade avançada da frota de veículos no Brasil como de alto risco. Problemas mecânicos e maior probabilidade de acidentes são algumas das razões pelas quais seguradoras hesitam em oferecer cobertura para esses carros ou oferecem cobertura em valores mais altos, o que contribui diretamente para a percepção de inacessibilidade ao seguro por parte de muitos proprietários.

Variações de preço nas regiões do Brasil

A precificação do seguro de carro também varia significativamente de acordo com a região onde o veículo está registrado. Em junho de 2024, por exemplo, a região metropolitana de Porto Alegre pagou cerca de 19,7% a mais em relação à metropolitana de São Paulo pelos seguros. Tal diferença é influenciada por taxas de roubo e furto, além de outros índices locais que afetam diretamente os custos das apólices.

O aumento na taxa de sinistralidade, especialmente em períodos de desastres naturais como as enchentes no Rio Grande do Sul, também contribuiu para a recente alta nos preços dos seguros. A pandemia de COVID-19 também deixou suas marcas no mercado de seguros automotivos. As interrupções nas cadeias de suprimentos globais resultaram em aumentos adicionais nos preços do seguro de carro, refletindo principalmente no custo das peças e na necessidade de ajustes nas indenizações.

Equipes de busca e salvamento em uma rua inundada em Eldorado do Sul
Taxa de sinestralidade cresceu 29% no último bimestre pelas enchentes no Rio Grande do Sul Foto: Anselmo CUNHA / AFP