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Carros autônomos podem ser hackeados e não identificam incidentes? Entenda

Entenda os reais riscos por trás da tecnologia dos carros autônomos, como exposição de dados, hackers e ataques cibernéticos

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Segurança e confiabilidade de carros autônomos da Google são investigadas
Segurança e confiabilidade de carros autônomos da Google são investigadas Foto: Waymo/Divulgação

Sendo motorista ou pedestre, você ainda tem medo dos carros que dirigem sozinhos? Se a tecnologia está evoluindo cada vez mais ao ponto de oferecer veículos com condução própria, a confiança do público só regride. Segundo um estudo realizado pela American Automobile Association (AAA), o número de pessoas que não confiam nos chamados carros autônomos cresceu cerca de 55% desde 2022.  

Apresentados como uma experiência de condução revolucionária, os carros autônomos vêm acompanhados com uma série de problemáticas que deixam cada vez mais o público cético em relação a sua confiabilidade. Mas, para além da segurança física dos passageiros e pedestres, como a capacidade de detectar uma situação de risco no trânsito, a privacidade e a segurança de dados do proprietário também são colocadas em pauta. Com o aumento da conectividade e da automação, consequentemente crescem os desafios quando se trata de vazamento de dados dos proprietários, levando a acessos não autorizados ou os temidos ataques cibernéticos.

Ataques cibernéticos são ameaças reais aos carros autônomos?

A vulnerabilidade a ataques cibernéticos é um dos principais riscos associados à tecnologia dos carros autônomos. Envolvendo acessos não autorizados aos sistemas do veículo, essas invasões permitem que hackers manipulem funções essenciais do carro, como freios, motor e direção. Estudos indicam que, por meio de Bluetooth ou redes de celular, um invasor pode comprometer toda a unidade de controle eletrônico de um carro autônomo. A simples possibilidade de um hacker controlar remotamente um carro autônomo e causar sérios acidentes ressalta a necessidade urgente de aprimoramento na segurança cibernética automotiva, já que vidas estão em jogo.

Modelo Tesla azul de frente em movimento no asfalto
Carros autônomos prometem revolução, mas recentes falhas levantam sérias questões sobre sua confiabilidade Foto: Tesla/Divulgação

Diante dessa realidade, a regulamentação para carros autônomos deve exigir que os fabricantes implementem mecanismos quase que infalíveis de segurança. Isso inclui sistemas de autodiagnóstico capazes de identificar e neutralizar tentativas de ataque, bem como alertar os motoristas em tempo real sobre qualquer ameaça. É importante também que o sistema permita que o controle manual do veículo prevaleça sobre quaisquer comandos externos gerados por hackers.

Proteção de dados dos proprietários

Os sistemas de automação dos veículos coletam e processam uma vasta quantidade de informações sobre o usuário, incluindo rotas, horários e até mesmo dados sobre passageiros. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impõe diretrizes claras para o tratamento dessas informações, exigindo que os fabricantes obtenham o consentimento explícito dos proprietários para a coleta e uso dos dados.

O consentimento é apenas uma das bases legais para o tratamento de dados pessoais conforme a LGPD. Os fabricantes podem, por exemplo, justificar a coleta de dados para cumprir obrigações legais, executar contratos ou proteger a vida e a integridade física dos titulares ou terceiros. Mas as empresas devem ser transparentes sobre suas práticas de coleta e uso de dados, especialmente em relação às medidas adotadas para proteger as informações contra ataques cibernéticos.

Jaguar I-Pace da empresa Waymo de frente em movimento em rua asfaltada, há uma perna andando por faixa de pedestres em frente ao veículo
A coleta de dados pessoais nos carros autônomos exige transparência e medidas rigorosas de proteção contra acessos não autorizados Foto: Waymo/Divulgação

A eficácia dos carros autônomos em incidentes

Outro aspecto ético relevante é a programação dos carros autônomos para tomar decisões em situações de risco, como evitar uma colisão iminente. Recentes incidentes têm mostrado que os sistemas autônomos ainda apresentam falhas. As escolhas que um carro autônomo faz em cenários críticos levantam questões sobre a responsabilidade e os limites éticos na programação desses sistemas. Um exemplo recente é o caso de um Tesla em modo autônomo que causou um incidente fatal, levando à morte um jovem motociclista de apenas 28 anos.

À medida que a tecnologia avança, a indústria automotiva precisa enfrentar esses desafios com seriedade, adotando políticas rigorosas de segurança e transparência para proteger tanto os dados pessoais dos usuários quanto à integridade física dos ocupantes dos veículos. A confiança do público em carros autônomos depende da capacidade das empresas em garantir que esses veículos sejam não apenas eficientes e convenientes, mas também seguros e protetores da privacidade dos consumidores.