Com mais de 60 anos de história, a indústria automobilística brasileira criou vários produtos muito interessantes. Porém, nem tudo o que foi idealizado, ganhou forma: vários projetos foram cancelados ainda nas fases iniciais, por diferentes motivos. Entre eles, figuram propostas de novas gerações para carros nacionais que já estavam estabelecidos no mercado.
Eis os 5 carros nacionais cujas novas gerações foram canceladas
Hoje, o VRUM resgata a história exatamente desses modelos: o listão a seguir mostra 5 projetos que dariam origem a novas gerações de carros nacionais. Todos eles acabaram sendo cancelados, mas, ainda assim, demonstram o talento e a capacidade dos designers e dos engenheiros que atuam no país. Confira o listão!
1- Chevrolet Opala
Talvez o mais icônico dos carros nacionais da Chevrolet, o Opala permaneceu no mercado por 24 anos. Porém, apesar de ter sofrido várias atualizações, nunca ganhou uma nova geração propriamente dita. Mas o caso é que, além de derivações como um hatch e uma picape, que não foram lançadas, o fabricante iniciou o desenvolvimento, a partir do zero, até de um sucessor totalmente inédito. O projeto em questão é conhecido como 1750 e chegou a originar um modelo em tamanho real.
A ideia surgiu a partir de uma concorrência interna que a subsidiária brasileira da General Motors (GM) disputou para produzir minivans. Então, a plataforma desses veículos, originaria também um sedan de linhas arredondadas e modernas para o padrão da época. Porém, a fabricação dos monovolumes acabou ficando a cargo da matriz estadunidense mesmo. Consequentemente, o projeto 1750 foi cancelado, e a multinacional optou pelo Omega para suceder o Opala.
2- Volkswagen Voyage
A trajetória do Voyage sofreu uma interrupção entre 1995 e 2008, período em que o modelo simplesmente esteve fora de linha. Isso ocorreu porque a Volkswagen cancelou a segunda geração do modelo, que vinha sendo desenvolvida pela subsidiária local: a gama que o mercado brasileiro apelidou de "bolinha" teve apenas o Gol, a Parati e a Saveiro.
Para ocupar a lacuna deixada pelo Voyage, a Volkswagen optou por trazer o Polo Classic da Argentina. Consta que essa decisão foi fruto de um desentendimento interno envolvendo uma equipe de design. De qualquer modo, após o ressurgimento, o sedan acabou saindo definitivamente de linha em 2022.
3- Ford Del Rey
Lançado em 1980, o Del Rey começou a enfrentar concorrência pesada a partir de 1982, com o lançamento do Chevrolet Monza, e de 1984, com a chegada do Volkswagen Santana. Mais modernos, os concorrentes expuseram as limitações do sedan da Ford, que, no fim das contas, era só uma derivação do Corcel II. Diante disso, a multinacional começou a desenvolver o projeto Omega II (nenhuma relação com o homônimo da Chevrolet), que consistia em uma nova geração para o modelo.
O novo Del Rey teria uma carroceria mais arredondada e maior, para ampliar o espaço interno, além de motor 2.3. Porém, o projeto foi cancelado após a crianção da Auto Latina, em 1987, que uniu Ford e Volkswagen em uma joint-venture. Só em 1991 chegou ao mercado a nova carros nacionais de luxo da marca: o Versailles e Royale, baseados no Santana e na Quantum respectivamente.
4- Ford Courier
Outro projeto que a Ford cancelou foi o de uma caminhonete compacta baseada no EcoSport, cujo lançamento data de 2003. Essa picape, que deveria substituir a Courier, seria a primeira do gênero derivada de um SUV compacto, como é o caso, hoje, da Chevrolet Montana e da Renault Oroch. Porém, o projeto foi vetado pela matriz, que então priorizava produtos globais e não quis investir em um modelo local.
Consta que a ideia de criar uma picape voltou à tona com o lançamento da segunda geração do EcoSport, em 2012, mas teria sido novamente vetada. Assim, a Courier original, lançada em 1997, só saiu de linha em 2013 e não deixou substituta. Vale lembrar que a própria Ford extinguiu toda a gama de carros nacionais em 2021, quando fechou as fábricas no país e passou a atuar como importadora.
5- Gurgel Supermini
Os últimos anos de atuação da Gurgel foram conturbados: fabricante entrou em concordata em 1993 e manteve um ritmo de produção irregular até fechar definitivamente as portas, em 1996. Porém, João do Amaral Gurgel, fundador e dirigente da empresa, seguiu projetando veículos e tentando encontrar novas soluções enquanto pôde. Uma das últimas criações foi um Supermini com nova carroceria, que incluía traseira de corte mais reto e janelas arredondadas.
Nesse ponto, vale recapitular que o Supermini foi o último dos carros nacionais da Gurgel a chegar ao mercado. Lançado em 1992, ele substituiu o BR-800, com o qual compartilhava características como o porte subcompacto e o motor de dois cilindros de projeto próprio. Tais modelos entraram para a história da indústria nacional e materializaram o objetivo de João do Amaral Gurgel de produzir automóveis pequenos e acessíveis.
- Acompanhe o VRUM também no YouTube e no Dailymotion!