Embora o Brasil tenha registrado um aumento de 146% nas vendas de carros elétricos e híbridos no primeiro semestre de 2024, o resto do mundo parece estar indo na contramão. Pelo menos é o que diz um estudo recente da Deloitte, empresa de consultoria empresarial e gestão de riscos. Mesmo com as estratégias agressivas das montadoras, o interesse por carros elétricos está diminuindo em mercados importantes.
Um dos principais freios na popularização dos carros elétricos têm sido as altas taxações e, consequentemente, seus custos elevados. Em diversos mercados globais, essa combinação tem freado o entusiasmo dos consumidores à nova tecnologia, que acabam optando por manter ou adquirir novos modelos a combustão. É o caso dos Estados Unidos, que recentemente subiu para 100% o imposto sobre importação de carros elétricos chineses, e outros países que acompanharam essa movimentação na alíquota.
A falta de uma infraestrutura de recarga adequada é também o que a maioria dos consumidores aponta ao reconsiderar a compra de carros elétricos. Além disso, até mesmo aqueles que já têm carros elétricos estão repensando suas escolhas e considerando a possibilidade de retornar aos modelos a combustão. Outra pesquisa recente mostra que 29% dos proprietários de veículos elétricos ao redor do mundo estão cogitando a troca por modelos a combustão, justamente devido aos desafios mencionados anteriormente.
Carros elétricos não são preferência, diz estudo
O estudo da Deloitte revela que, nos Estados Unidos, a preferência por carros a combustão subiu de 58% em 2023 para 67%. O cenário se repete em outras nações desenvolvidas: na Alemanha, a preferência aumentou de 45% para 49%; na Coreia do Sul, o índice passou de 34% para 38%; no Japão, o crescimento foi de 30% para 34%; e no Sudeste Asiático, de 50% para 52%.
Enquanto nestes países os veículos a combustão voltam a ganhar espaço, a China, que se destaca atualmente pelo grande volume de carros elétricos, está mantendo um equilíbrio entre as opções. Segundo o levantamento, 33% dos chineses ainda preferem os motores a combustão, mas uma porcentagem igual está inclinada a modernizar e ir no caminho dos carros elétricos. Modelos híbridos e híbridos plugin também mostram força, com 18% e 16% das preferências, respectivamente.
Marcas voltam atrás na eletrificação total
Grandes montadoras estão observando de perto essa mudança no comportamento e voltando atrás com seus planos ambiciosos de eletrificação total das frotas, como é o caso da Chevrolet, Ford, Volvo e Audi. Algumas, inclusive, têm considerado a volta da produção de modelos a combustão em suas futuras linhas, dando uma segurada no mercado em relação à transição completa para os carros elétricos. Aparentemente, nem todos os consumidores ainda podem ou querem lidar com os altos custos e toda a artimanha por trás de adquirir um carro elétrico.
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