Nas corridas da Stock Car Pro Series, como na que acontece neste fim de semana no Circuito de rua Toninho da Matta, no entorno do estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG), o público vê disputas entre modelos de carros que transitam pacatamente pelo país: Chevrolet Cruze e Toyota Corolla. Mas, afinal, quais são as semelhanças deles com os similares produzidos em série e vendidos para o público geral?
Há um ponto chave em comum entre os carros da Stock Car e os similares produzidos em série: a estrutura. O monobloco dos veículos, que inclui longarinas e colunas laterais, além da chapa do teto, é o mesmo que está presente nos exemplares do Toyota Corolla e do Chevrolet Cruze que circulam pelas ruas. Peças como lanternas e faróis também vêm dos veículos convencionais, mas não têm a mesma funcionalidade. Porém, as similaridades param por aí. Assista ao vídeo e saiba mais!
Em vez de chapas, os demais componentes da carroceria, como portas, capô e tampa traseira, empregam um compósito com fibra de vidro. Os paralamas, moldados com o mesmo material, trazem apêndices para acomodar os enormes pneus slick, calçados com rodas de 18 polegadas. Nas portas e na traseira, há policarbonarto no lugar dos vidros. Além disso, o próprio monobloco é reforçado com uma estrutura tubular, para aumentar a rigidez e a proteção ao piloto. Há ainda um protuberante aerofólio na traseira.
O motor muda radicalmente: saem de cena unidades de quatro cilindros 1.4 turboflex do Chevrolet Cruze e 2.0 flex do Toyota Corolla, com potência de 150 cv e 175 cv, e entra um V8 6.8 a gasolina, originário da preparadora estadunidense Mast. O câmbio até tem seis marchas, como o original, mas exibe projeto totalmente distinto, com dupla embreagem, relações específicas e até posicionamento junto ao eixo traseiro, que é o motriz. As trocas são sequenciais, por meio de borboletas no volante.
O suspensão também é completamente distinta. Em vez da arquitetura McPherson na dianteira e por barra de torção ou multibraços na traseira, os mais comuns em carros de passeio, os carros da Stock Car Pro Series são equipados com braços triangulares sobrepostos nos dois eixos e amortecedores ajustáveis. Já a direção não traz qualquer tipo de assistência, nem elétrica, nem hidráulica. Por fim, tal qual no Chevrolet Cruze e no Toyota Corolla convencionais, os freios utilizam discos nas quatro rodas, mas com outro projeto. Além do diâmetro bem maior, eles têm seis pistões na dianteira e quatro pistões na traseira.
Frente a frente com um dos carros da Stock Car Pro Series
O VRUM visitou os boxes da equipe Cavaleiro Sports durante a etapa de Belo Horizonte da Stock Car Pro Series e conversou com o piloto paulista Gaetano di Mauro (27), que mostrou seu carro, um Chevrolet Cruze. Antes da corrida na capital mineira, o automobilista estava na 14ª posição na classificação da Stock Car Pro Series, com 315 pontos.
Por fora, a aparência até lembra bastante o Chevrolet Cruze convencional, ainda que o carro da Stock Car seja bem mais baixo e largo. Por dentro, porém, a atmosfera é radicalmente distinta. Tudo o que é supérfluo foi dispensado: não há painel, forrações nas portas nem assentos para passageiros. O banco do motorista é do tipo concha, bem baixo, confeccionado em fibra de carbono, e o volante, multifuncional com abas laterais. Ao lado do piloto, está o tanque de combustível, com cerca de 115 litros de capacidade. À frente dele, no assoalho, vai o sistema de extinção de incêndio.
Sorridente, di Mauro conta que, dentro do cockpit, a temperatura chega a superar a marca dos 60°C durante as corridas. Afinal, os carros da Stck Car não têm ar-condicionado, equipamento que vem de série tanto no Chevrolet Cruze quanto no Toyota Corolla. Por outro lado, os modelos de rua não são capazes de chegar aos 280km/h como os bólidos da categoria. Em Belo Horizonte, porém, essa velocidade máxima não deverá ser alcançada, em razão das características do traçado.
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