A primeira fornada de carros brasileiros da GWM, ou melhor, do Haval H6 brasileiro, está quase saindo. Isso porque a montadora chinesa anunciou o início da produção de veículos em sua nova fábrica em Iracemápolis (SP). Com a recente aprovação para participar do Mover, programa que incentiva o fortalecimento da cadeia produtiva nacional, a empresa se prepara para uma expansão de suas operações no Brasil com mais de 60% de nacionalização de peças, o que abrirá caminho para a exportação de veículos para o restante da América do Sul.
O SUV híbrido Haval H6 será o primeiro modelo a ser produzido nas terras brasileiras. Para aumentar a capacidade de produção de 20 mil para 50 mil carros por ano, a GWM ainda está dando os últimos retoques na fábrica. No entanto, a fase de “pré-produção” do SUV acontecerá até o fim deste ano e servirá para otimizar os processos e preparar a produção em série, que está prevista para iniciar em 2025. Marcio Alfonso, diretor de Engenharia, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da GWM Brasil, destaca que a homologação permitirá a transferência gradual de todos os processos produtivos da China para o Brasil, uma etapa fundamental para a integração da produção local.
Aqui no Brasil, a GWM não quer ficar apenas em montagem de veículos. Em busca de parcerias com empresas brasileiras para desenvolver novos componentes e tecnologias, a GWM quer ainda implementar um centro de inovação e engenharia no Brasil. Uma das metas da montadora é a produção local de baterias de lítio, o que ajudará a reduzir os custos e aumentar a competitividade no mercado. A nacionalização de componentes é uma prioridade para a GWM, que já identificou mais de 100 peças para serem produzidas localmente.
Primeira chinesa a fabricar no Brasil
Após uma grande mudanças de planos quanto à produção na fábrica brasileira, que estava prevista para começar seu funcionamento em maio deste ano, a GWM optou por adiar o início da sua linha de montagem para garantir que tudo estivesse no devido lugar. Apesar do atraso de seis meses, a montadora ainda será a primeira 100% chinesa a produzir carros no Brasil, saindo na frente da sua maior concorrente, a BYD, que ainda está construindo sua fábrica em Camaçari (BA). Vale lembrar que a chinesa Chery produz carros no Brasil, mas em parceria com o grupo Caoa.
Recorde de vendas com Haval H6
Com um crescimento de vendas impressionante nos últimos meses, a GWM assumiu a liderança do pódio dos carros elétricos e híbridos mais vendidos no mês passado com o Haval H6. Em julho, a fabricante chinesa bateu seu próprio recorde de vendas, com 3.184 unidades emplacadas, superando marcas tradicionais como Peugeot, Ram, Mitsubishi, BMW e Volvo. Disponível em variantes híbridas e híbridas plug-in, o Haval H6 tem competição acirrada com o BYD Song Plus e Toyota Corolla Cross Hybrid.
A motorização híbrida flex também está nos planos da GWM para seus modelos produzidos no Brasil. Tanto o Haval H6 quanto o H4 utilizarão motor 1.5 turbo de quatro cilindros e 16 válvulas com injeção direta e ciclo Miller como base para seu conjunto motriz. Este motor será combinado com um ou dois motores elétricos de tração, oferecendo potências que variam entre 243cv e 393cv. Assim, a GWM poderá aproveitar a flexibilidade dos combustíveis no mercado brasileiro e atender a um público ainda mais amplo.
Além dos SUVs Haval H6 e H4, picape Poer e do SUV Tank 500 nacionalizados, a GWM continuará trazendo veículos importados para o Brasil, como os elétricos da marca Ora, jipes híbridos da Tank e SUVs híbridos com pegada mais luxuosa de outra marca vendida na China, a Wey. As caminhonetes médias Poer e o SUV de sete lugares Tank 500, inicialmente previstos para inaugurar a operação em Iracemápolis em maio, foram adiados para 2025 e passarão por atualizações antes de seus respectivos lançamentos.
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