Desde a pandemia de 2020, a indústria automotiva tem enfrentado desafios, e a Volkswagen, uma das maiores montadoras do mundo, não ficou imune a esses problemas. Agora, a empresa alemã se vê diante da possibilidade de fechar, pela primeira vez em seus 87 anos de história, duas de suas fábricas na Alemanha.
Segundo o site Motor1.com EUA, as plantas de Dresden, inaugurada em 2002 e que atualmente produz o ID.3, e Osnabrück, onde são montados o Volkswagen T-Roc Cabriolet, SUV muito bem aceito e popular na Europa, e os Porsche 718 Boxster e Cayman, são as principais candidatas ao encerramento.
Essas medidas são parte de um esforço mais amplo da Volkswagen para reduzir custos. Em 2023, a empresa lançou um programa para economizar 10 bilhões de euros (cerca de R$ 62 bilhões) até 2026. No primeiro semestre de 2024, a marca teve uma queda de 2,3% nas margens operacionais.
Para Oliver Blume, presidente-executivo da Volkswagen, o cenário é “muito sério". O executivo ainda comentou: “O ambiente econômico ficou ainda mais difícil, e novos concorrentes estão entrando no mercado europeu. Nesse ambiente, nós, como empresa, agora devemos agir decisivamente”, de acordo com o Financial Times.
O CEO da marca Volkswagen, Thomas Schafer, disse à mídia alemã que a situação era "extremamente tensa e não pode ser superada por simples medidas de corte de custos".
A montadora também enfrenta dificuldades no mercado chinês, o maior e mais lucrativo para a marca, onde a demanda por seus veículos está em declínio. Além disso, a concorrência de fabricantes como a chinesa BYD, que oferece carros elétricos a preços mais acessíveis, pressiona ainda mais a Volkswagen e outras montadoras tradicionais no mercado europeu.
Mesmo com o mercado europeu registrando um crescimento de 1,9% em 2023, a Volkswagen relatou uma queda de 15,2% nas vendas de veículos elétricos na região durante o primeiro semestre de 2024. Nos Estados Unidos, a queda foi ainda mais acentuada, atingindo 15,4%.
Porém, a América do Sul se destacou com um crescimento de 15,4% no mercado de veículos da empresa, mas os desafios globais, especialmente na Ásia, onde o grupo registrou uma queda de 8,2%, continuam a impactar a estratégia da montadora.
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