A Volkswagen está enfrentando uma situação complicada em sua terra natal, a Alemanha, devido ao ambiente econômico cada vez mais difícil e à crescente concorrência. Oliver Blume, presidente-executivo da marca, mencionou que a situação exige medidas rápidas para reverter o cenário negativo. O contador-chefe da montadora disse que a empresa tem “um, talvez dois anos” para solucionar a crise.
Arno Antlitz, diretor financeiro do Grupo Volkswagen, durante uma reunião na sede da empresa, em Wolfsburg, alertou sobre a urgência das mudanças. “Temos até dois anos para estabilizar a produção e reduzir os custos”, afirmou Antlitz, conforme divulgado pelo site Carscoops.
A reunião, que contou com a presença de Blume, incluiu também trabalhadores preocupados com os planos da empresa, que podem resultar no fechamento de duas fábricas.
As unidades de Dresden, que desde 2002 produz o modelo elétrico ID.3, e de Osnabrück, onde são montados o Volkswagen T-Roc Cabriolet, além dos esportivos Porsche 718 Boxster e Cayman, estão na lista de possíveis fechamentos.
Em 2023, a Volkswagen lançou um programa de economia de 10 bilhões de euros, com o objetivo de alcançar essa meta até 2026. No entanto, a marca registrou uma queda de 2,3% nas margens operacionais apenas no primeiro semestre de 2024.
Antlitz explicou que o mercado europeu encolheu desde a pandemia, e a recuperação para os níveis pré-Covid ainda parece distante, o que resulta em cerca de 500.000 veículos a menos vendidos em um ano.
Outro fator que agrava a situação é a lenta adoção dos veículos elétricos (EVs), que têm avançado em ritmo mais lento do que o previsto. Isso obriga a VW a ajustar suas operações e cortar a produção para conter os prejuízos.
Os desafios enfrentados pela montadora também afetam seu maior mercado, a China, onde a concorrência de veículos híbridos e elétricos está mais acirrada do que nunca, principalmente devido aos incentivos do governo chinês.
Blume destacou as dificuldades em competir com os EVs rivais, afirmando que “não há mais cheques vindos da China”, em uma clara referência à perda de participação de mercado para modelos elétricos mais competitivos e acessíveis no país.
O impacto dessas mudanças pode levar à mobilização dos funcionários, com rumores de uma possível greve, segundo o sindicato IG Metall. A crise exige ações rápidas, e Blume reforçou o compromisso de recuperar a lucratividade da Volkswagen: “Estamos levando a VW de volta ao lugar que ela pertence, essa é a responsabilidade de todos nós”.
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