O avanço da indústria automotiva chinesa pega não somente os consumidores de surpresa, mas os próprios executivos de fabricantes tradicionais do ocidente. A qualidade dos produtos - e a quantidade de fabricantes - avançou demais, bem como a tecnologia embarcada, o que assustou o Diretor Executivo (CEO) da Ford, Jim Farley e o Diretor Financeiro (CFO) John Lawler.
Segundo uma reportagem do The Wall Street Journal, durante uma visita à China no início de 2023, os executivos testaram um SUV da marca chinesa Changan, que é parceira da Ford em uma Joint-venture no mercado asiático.
A reportagem diz ainda que ambos os executivos dirigiram o modelo, que não foi especificado. E que, nas palavras de Lawler “Isso não é como era antes. Eles estão na nossa frente”, teria afirmado o diretor financeiro ao CEO da Ford.
O The Wall Street Journal afirma ainda que Farley confidenciou à um membro do conselho de administração da Ford que entendia que o modelo em questão era “uma ameaça existencial”.
Declarações vazam após recuo da Ford em carros elétricos
Os planos iniciais da Ford - e de diversas outras fabricantes ocidentais - era de ser totalmente elétrica na Europa até 2030. Entretanto, muitas delas estão recuando nos planos e culpam os altos custos de produção desses veículos, bem como o fim dos incentivos governamentais para a compra desses carros.
Apesar disso, Farley prometeu, em julho, que a Ford terá um carro elétrico abaixo dos 30 mil dólares (R$ 160 mil) no início de 2027.
Impostos podem recuar o avanço chinês
Até o momento, os carros elétricos ou a combustão estão seguros nos Estados Unidos, mercado que as marcas chinesas (pelo menos as 100% chineses) ainda não conseguiram entrar. Em Maio, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que os carros importados da China teriam impostos de 100% quando importados para os EUA.
Donald Trump, candidato à presidência do país, já anunciou que, se eleito, os modelos fabricados no México serão taxados em 200% ao entrar nos Estados Unidos. Essa medida é protetiva a eventuais investidas chinesas no México, conhecido por ter mão de obra mais barata que nos Estados Unidos, e que já abriga diversas fábricas automotivas, inclusive de Chevrolet, Ram, Ford, entre outras.
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