O mundo automotivo moderno é formado por grupos, alianças e parcerias que englobam cada vez mais marcas. Rumores europeus apontam que a Stellantis está cogitando uma aliança com o Grupo Renault e o Grupo BMW.
Segundo o portal Club dei motori, uma reunião entre os executivos dos três conglomerados está marcada para o dia 15 de outubro.
Interesse da Stellantis na Renault é antigo
Em 2019, antes mesmo da criação da Stellantis, o grupo FCA (Fiat-Chrysler) sondou a compra de 50% do grupo Renault. À época, as negociações não avançaram por conta de imposições feitas pelo governo francês, que é proprietário da maior parte das ações da Renault.
Após a negociação frustrada, a FCA comprou o grupo PSA (Peugeot-Citroën) e a Stellantis nasceu em 2021, e possui justamente o governo francês como um de seus acionistas.
Renault sofre com escala e custos
O CEO do Grupo Renault, Luca de Meo, já declarou em diversas ocasiões que a invasão das marcas chinesas na Europa e em outros mercados pode resultar no fim de milhões de postos de trabalho no Velho Continente.
Uma das vantagens da criação de um super grupo, seria a divisão de custos com produção e desenvolvimento de tecnologia. Atualmente, os carros chineses são muito mais acessíveis que os europeus por conta da larga escala de matéria prima e elevada capacidade de produção.
Em 2024, os rumores de uma fusão entre Renault e Stellantis voltaram à tona, entretanto, o Grupo BMW agora parece estar envolvido nas negociações. O sonho do executivo é criar uma “Airbus automotiva”.
É curioso pensar na participação da BMW nessa união, já que suas marcas fazem parte do segmento de luxo.
Quais marcas poderiam fazer parte do novo grupo?
Sob o comando da Stellantis estão: Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep, Dodge, Chysler, Alfa Romeo.
No caso do Grupo Renault, as marcas controladas são Renault, Dacia e Alpine, além de parcerias estratégicas com Nissan e Mitsubishi, que envolvem participação cruzada entre Renault-Nissan-Mitsubishi, bem como compartilhamento de peças e tecnologia. As marcas japonesas, inclusive, seriam um grande mistério nessa fusão.
Além disso, vale destacar ainda a participação da BMW na empreitada. O grupo controla ainda Rolls-Royce e Mini e não deve ter interesse no mercado de veículos compactos, entretanto, é curioso pensar nesse tipo de fusão.
Resta saber o que a reunião do dia 15 de outubro irá concluir, se as três marcas irão de fato se juntar sob o mesmo grupo, ou podem, por exemplo, costurar acordos de desenvolvimento mútuo, o que está sendo uma alternativa bem comum. O exemplo mais recente é o da GM e Hyundai, que se comprometeram em um acordo para trabalharem juntas no desenvolvimento de veículos, cadeia de suprimentos e tecnologia em veículos de energia limpa.
Em fevereiro, John Elkaan, presidente da Stellantis, negou os rumores de uma fusão com a Renault, mas considerando os avanços das fabricantes chinesas, talvez tenha reconsiderado a decisão.