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Com "invasão" de carros chineses, venda de 0 km sobe 13% no Brasil  

Segundo levantamento da OLX, como a produção de veículos aumentou apenas 2,7%, a evolução foi impulsionada pelo abastecimento das importações

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BYD Dolphin
BYD Dolphin Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

As vendas de carros novos no Brasil permanecem em alta. Segundo o relatório do Data OLX Autos, obtido com exclusividade pelo Vrum, o país registrou um crescimento de 13% no acumulado de 12 meses - entre agosto deste ano e o mesmo mês de 2023. 

De acordo com o levantamento, como a produção de veículos aumentou apenas 2,7% neste intervalo, a significativa evolução foi impulsionada pelo abastecimento das importações, que aumentaram 36,6% nesse mesmo período. 

 

O relatório, assim, aponta que o mercado importador de veículos segue em expansão, superando as exportações. Em agosto, foram importados 418 mil automóveis, sendo que quase metade vem da China, com 47% de participação. Quanto às exportações, 330 mil unidades foram vendidas, sendo a maioria para a Argentina (45%). 

Top 5 importadores

  1. China - 47%
  2. Argentina - 20%
  3. México - 8,7%
  4. Alemanha - 6,2%
  5. EUA - 3,7%

Top 5 exportadores

  1. Argentina - 45%
  2. México - 19%
  3. Colômbia - 12%
  4. Uruguai - 6,9%
  5. Chile - 3,9%

Para Flávio Passos, vice-presidente de Autos e Bens de Consumo do Grupo OLX, o crescimento das vendas foi impulsionada pelo aumento da concessão de crédito para pessoas físicas. "Em agosto, foram financiados 631 mil veículos, contra 550 mil registros no mesmo mês do ano passado, um aumento de 14,7%. No acumulado do ano, o crescimento foi de 23% em relação ao mesmo intervalo em 2023", disse.

"Apesar do aumento da oferta de crédito, é importante pontuar que esse cenário pode ser freado nos próximos meses em face do possível descolamento da inflação em relação a meta e incertezas do cenário fiscal, que podem interromper a estabilidade da taxa Selic, o que pode encarecer os financiamentos”, salientou Flávio. 

Cenário macro

O mercado automotivo atual reflete o contexto macroeconômico com maior taxa de emprego, aumento de renda e crescimento do PIB em 1,4% no segundo trimestre, em comparação com os três primeiros meses do ano, elevação que segue impulsionada pelo consumo das famílias.

Em setembro, a taxa Selic interrompeu seu ciclo de queda, com a elevação de 0,25%, para 10,75%. A expectativa é de mais elevações nas próximas reuniões. Paralelamente, os juros para aquisição de veículos permaneceram relativamente estáveis, de 25,45% para pessoas físicas) e 16,9% para pessoas jurídicas em agosto.

Já a concessão de crédito real registrou crescimento, o que, segundo a análise do Radar Autos, sinaliza uma maior disposição para aquisição de automóveis em comparação com 2023. Foram registrados financiamentos de 3,9 milhões de veículos usados e 2 milhões de novos no acumulado do último ano.

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