Lançado no fim de 2023, o Citroën Aircross só tinha um envelhecido Chevrolet Spin como rival direto. Em quase um ano de mercado, o modelo francês não conseguiu superar o Chevrolet, tanto que deve receber o motor 1.3 aspirado de origem Fiat em breve para tentar ser mais competitivo.
Por que o Aircross vende menos que o Spin?
Há 12 anos a Chevrolet oferece o Spin no Brasil, sendo a única marca a oferecer uma opção de sete lugares de entrada por muitos anos. O Aircross fez sua estreia somente em 2023. Isso por si só já faz muitos clientes preferirem um modelo que já conhecem, ainda mais em um nicho específico.
Motor Turbo pode prejudicar
O Aircross estreou no mercado brasileiro oferecendo somente a opção de motor 1.0 Turbo de 130 cv e 20,4 kgfm de torque quando abastecido com etanol. É muito mais potência que os 111 cv e 17,7 kgfm de torque oferecidos pela minivan da Chevrolet.
Durante o lançamento do Spin reestilizado, a Chevrolet afirmou que os clientes do Spin não desejam uma unidade turbo alimentada e estão satisfeitos com o motor 1.8, conhecido pela confiabilidade mecânica.
O motor turbo do Aircross equipa uma grande variedade de carros: Fiat Strada, Pulse, Fastback, Peugeot 208 e 2008, bem como os Citroën C3 e Basalt. Apesar do amplo uso, é um motor ainda recente no mercado brasileiro, tendo sido introduzido somente em 2021, enquanto o Chevrolet SPE/4 chegou em 2015, mas é baseado em propulsores mais antigos da fabricante.
Ao ser equipado com motor 1.3 aspirado, o Aircross terá 107 cv de potência e 13,7 kgfm de torque no etanol, ou 98 cv e 13,2 kgfm de torque na gasolina. A expectativa é que o Aircross passe a oferecer uma opção de transmissão manual, repetindo a estratégia de Argo e Cronos.
Esse motor é claramente bem mais fraco, mas pode se tornar mais atrativo para clientes que não querem um carro turbinado.
Rede de concessionários pesa à favor do Spin
Tanto Spin quanto Aircross se destacam pela opção de sete lugares, ou pelo amplo espaço interno nas versões de cinco lugares. O espaço é um dos motivos pelos quais esses veículos são muito utilizados por taxistas e empresas especializadas em transportes.
Para esse público, fatores como custo de manutenção, garantia, bem como rede de concessionários fazem diferença na hora de escolher um carro.
A Chevrolet conta com cerca de 600 concessionárias espalhadas pelo Brasil, enquanto a Citroën passou por um forte processo de ampliação da rede e possui atualmente 190 lojas espalhadas por todo o país.
Vendas diretas são o forte do Spin
Como já mencionado, taxistas e empresas são os principais interessados em um carro compacto de sete lugares, e a quantidade de emplacamentos em vendas diretas reforça essa ideia.
Segundo a Fenabrave, de janeiro a setembro de 2024, o Spin emplacou 16.712 unidades, das quais 6.286 foram vendas varejo e 10.426 vendas diretas.
No caso do Aircross, foram 6.451 emplacamentos, com 4.606 para pessoas físicas e 1.845 para pessoas jurídicas. É importante ressaltar que as vendas para pessoas jurídicas contemplam empresas, taxistas, Pessoas com Deficiência (PCD), produtores rurais, entre outros.
Equipamentos de série
Spin:
- 6 airbags
- Assistente de partida em aclive
- Regulagem de altura dos faróis
- Ar-condicionado
- Chave canivete
- Painel de instrumentos digital de 8”
- Multimídia de 11”
- Câmera de ré
- Direção elétrica
- Wi-fi
- Sistema on-star
- Cinco entradas USB
Aircross
- 2 airbags
- Assistente de partida em rampa
- Multimídia de 10”
- Farois com DRL em LED
- Ar-condicionado
- Comandos de rádio no volante
- Três entradas USB.
Preços
SPIN:
Versão | Preços |
LT 5 lugares Manual | R$ 122.990 |
LTZ 7 lugares Automática | R$ 139.990 |
Premier 7 lugares Automática | R$ 149.250 |
AIRCROSS
Versão | Preços |
Feel | R$ 115.990 |
Feel Pack | R$ 122.990 |
Shine | R$ 130.990 |
Feel 7 lugares | R$ 118.390 |
Feel Pack 7 | R$ 130.590 |
Shine 7 lugares | R$ 138.590 |
Conclusão:
A Citroën aposta no preço baixo para vender o Aircross. Justamente para fazer o carro ser extremamente acessível, acaba pecando em alguns itens como a quantidade de airbags, por exemplo.
O novo motor deve reduzir o preço do Aircross, mas pode ser exclusivo para a configuração de cinco lugares e pode sim ampliar as vendas do modelo, principalmente para vendas diretas. Quem precisa do carro de sete lugares para transportar a capacidade máxima de pessoas deve ser prejudicado por conta do motor 1.3, reconhecidamente mais fraco.
A tentativa é válida, mas a Citroën deveria tentar fazer o Aircross ficar um pouco mais refinado e confortável, talvez aprendendo com o lançamento recente do Basalt para ficar mais competitivo.
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