A segurança é um item muito importante nos carros hoje em dia, mas ela é focada na garantir a sobrevivência dos ocupantes em caso de colisão. Na vida real, os perigos são ainda maiores e a falta de segurança nas cidades faz com que muitas pessoas recorram aos veículos blindados.
Para entender um pouco mais como funciona a blindagem no Brasil, conversamos com Olavo Ehmke, sócio-diretor da blindadora Autobunkers Defense.
Blindagens em alta
Segundo a Abrablin, o primeiro semestre de 2024 apresentou um aumento de 45% nas blindagens de veículos em relação ao primeiro semestre de 2023, totalizando 20.090 carros modificados na primeira metade do ano.
Esse elevado crescimento nas blindagens, e o aumento de caso de violência contra carros blindados, o que faz questionar se esse aumento de volume de carros blindados pode afetar a eficiência das blindadoras ou o controle de qualidade desses carros.
De acordo com Ehmke, o setor ainda não atingiu a capacidade máxima de produção, mas o principal problema é o fornecimento de materiais:
“As blindadoras ainda não trabalham com 100% de sua capacidade que está restrita no momento em função do fornecimento de matéria prima. No período da pandemia de Covid-19, a falta dos semicondutores utilizados na realização das blindagens afetou a produção tanto das montadoras quanto das blindadoras. Portanto, a qualidade não está prejudicada”.
Os carros blindados no Brasil são do nível III-A, que garante proteção contra submetralhadoras, pistolas .9mm e revólver .44. Proteção nível III, que protege contra fuzis, por exemplo, só podem ser instaladas mediante autorização do Exército brasileiro.
Como funciona a blindagem dos vidros?
Segundo Ehmke, os vidros tradicionais são substituídos por modelos mais espessos, específicos para modelos blindados e possuem proteção balística dependendo com a blindagem escolhida.
Os vidros utilizados pela marca, de acordo com o diretor, podem reduzir o peso das portas em até 6 kg cada, ou 19 kg na tampa do porta-malas. Os novos vidros utilizados pelas blindadoras, já podem ser aplicados em teto solar panorâmico, por exemplo.
Em alguns casos de violência contra carros blindados, os criminosos costumam focar tiros na maçaneta dos veículos. Essa região é mesmo mais vulnerável? O especialista afirma que não:
“Esta região não é mais vulnerável. A concentração de disparos em torno da maçaneta é usada pelos criminosos como uma referência para garantir o acerto do alvo, no caso, o corpo do motorista”, explica o diretor da blindadora.
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