A situação das empresas automotivas europeias não é fácil. Uma das maiores companhias do Velho Continente, a Volkswagen, terá de fechar fábricas e demitir diversos funcionários, informou a representante do conselho de funcionários da VW, Daniela Cavallo, à agência de notícias Reuters.
Nos últimos meses, a Volkswagen estuda formas de entrar em acordo com os sindicatos europeus para demitir seus funcionários. Na última segunda-feira, a marca reiterou que precisava se reestruturar.
“A diretoria é absolutamente séria sobre isso. Não é sobre barganhar um acordo mais vantajoso [com os sindicatos]. A nova estratégia envolve vender fábricas na própria Alemanha”, apontou Daniela Cavallo.
De acordo com a Reuters, o Grupo Volkswagen emprega 300 mil pessoas somente na Alemanha, e muitos desses podem estar com seus cargos em risco. Para cumprir as novas metas, a Volkswagen pretende ainda cortar salários em até 10% e congelar pagamentos em 2025 e 2026, revelou Cavallo.
Com as vendas das fábricas, demissões e outras medidas de cortes de custos, a Volkswagen espera atingir 6,5% de lucro por veículo vendido em 2026, bem superior aos 4% apresentados pela marca em 2023.
A expectativa é que cerca de 30 mil empregos sejam cortados, e na divisão de pesquisa e desenvolvimento até 6 mil pessoas sejam demitidas, o que reduziria a capacidade do setor pela metade.
Segundo Thomas Schaefer, CEO da Volkswagen, as fábricas alemãs estão passando por uma crise na produção e estão operando com custos 50% acima do esperado. A expectativa é que a marca precise cortar 10 bilhões de euros (R$ 61 bi) até 2026.
Por que a Volkswagen está em crise financeira?
Uma combinação de diversos fatores faz a Volkswagen sofrer financeiramente. Um dos principais é o aumento da concorrência no mercado europeu graças a chegada de marcas chinesas, que oferecem veículos com nível de qualidade equivalente, mas com preços acessíveis.
Além disso, a falta de interesse do mercado europeu na compra de carros em geral, bem como a queda na demanda por carros 100% elétricos na Europa e na China, ajudam a explicar essa crise financeira da Volkswagen.
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