Nos últimos meses, a Porsche decidiu fechar algumas redes de concessionárias na China em resposta à queda de 29% nas vendas no país durante o ano de 2024. O terceiro trimestre trouxe uma queda global de 41% nos lucros da marca, e o mercado chinês, que já foi o principal para a Porsche, agora vê seus números atrás da América do Norte e Europa.
A economia chinesa não vem colaborando, e o clima de incerteza tem feito com que a demanda por veículos de luxo se retraia. Lutz Meschke, diretor financeiro da Porsche, aponta que o mercado chinês se tornou desafiador, não só para a Porsche, mas para outras marcas europeias que também veem suas vendas em queda.
“No futuro, não dá pra achar que a China será o que já foi para os europeus”, afirmou Meschke.
A decisão de fechar algumas concessionárias acompanha uma série de ajustes internos, que incluem cortes no orçamento e revisão de produtos. “Queremos aumentar nossa flexibilidade e resiliência, mas precisamos encarar a realidade. Não vamos desistir do mercado chinês, mas o cenário é bem diferente de antes”, completou o executivo.
Com isso, a empresa projeta uma estabilização das vendas para 2025, sem esperar grande crescimento para os próximos anos. No primeiro semestre deste ano, as vendas da Porsche despencaram 33%, de 43.832 unidades para apenas 29.551.
Essa estratégia da montadora alemã vem se alinhado a uma nova realidade, que agora opera com uma previsão de vendas anuais em torno de 250 mil unidades, número bem abaixo dos 300 mil veículos vendidos nos últimos anos. A Reuters informou que essa reformulação de custos acompanha o ajuste das vendas previstas pela marca.
O mercado de luxo na China vive um momento de baixa, e a Porsche não é a única a sentir isso. A Mercedes-Benz, por exemplo, teve uma queda de 17% nas vendas na China em relação ao ano anterior e precisou lançar mão de incentivos locais para atrair consumidores, numa tentativa de manter as margens e reagir ao cenário complicado.
A Volkswagen, dona da Porsche, também é uma das montadoras que está em situação desafiadora na China, onde era o seu maior mercado. Aliás, a VW está com situação complicada até em sua terra natal e na Europa como um todo.
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