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TESTE RÁPIDO

Fiat Fastback e Pulse MHEV: são híbridos de verdade e estão melhores? Testamos!

Testamos os primeiros carros híbridos da Fiat e trazemos em detalhes

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Fiat Fastback Hybrid
Fiat Fastback Hybrid Foto: Luiz Forelli/Vrum

A Fiat anunciou na última quarta-feira (06) os novos Fastback e Pulse com sistema híbrido-leve (MHEV), marcando o início da tecnologia Bio Hybrid que o grupo Stellantis planeja implementar em seus veículos, com um investimento de R$ 30 bilhões na América do Sul até 2030. O Vrum teve a oportunidade de testar os veículos na região de Campinas (SP), onde pudemos avaliar as melhorias que a marca fez tanto em consumo quanto em conforto.

A Stellantis batizou o sistema de Fiat Hybrid e o incluiu nas versões Audace e Impetus do Pulse, eliminando a motorização exclusivamente a combustão T200 da linha anterior. O Fastback também não terá mais os motores a combustão nas versões Audace e Impetus. Confira como ficam as versões e preços:

Fiat Pulse:

  • Drive 1.3 MT - R$ 107.990
  • Drive 1.3 AT (CVT) - R$ 115.990
  • Audace T200 (híbrido-leve) - R$ 125.990
  • Impetus T200 (híbrido-leve) - R$ 140.990
  • Abarth - R$ 152.990

Há ainda as versões que só sairão da linha no próximo ano: 

  • Audace T200 - R$ 123.990
  • Impetus T200 - R$ 138.990

Fiat Fastback:

  • Turbo 200 AT - R$ 119.990
  • Audace T200 (híbrido-leve) - R$ 151.990
  • Impetus T200 (híbrido-leve) - R$ 161.990
  • Limited Edition T270 AT - R$ 164.990
  • Abarth T270 AT - R$ 167.990

Há ainda as versões que só sairão da linha no próximo ano: 

  • Audace T200 - R$ 149.990
  • Impetus T200 - R$ 159.990

No teste, realizado na região metropolitana de Campinas em trajetos entre 5 a 7 km com cada carro, observamos melhorias, principalmente no consumo e no conforto acústico. No percurso urbano com etanol e ar-condicionado ligado, o Pulse registrou bons 9,3 km/l, exatamente conforme os dados do Inmetro.

Fiat Fastback Hybrid
Fiat Fastback Hybrid Foto: Luiz Forelli/Vrum

Com o Fastback, em um trajeto mais voltado para avenidas, alcançamos 7,6 km/l — um resultado inferior ao indicado pelo Inmetro, que é de 8,9 km/l no circuito urbano com etanol. Veja a eficiência dos modelos segundo o PBVE:

Consumo do Fiat Pulse MHEV (Inmetro):

  • Urbano: 13,4 km/l com gasolina e 9,3 km/l com etanol
  • Estrada: 14,4 km/l com gasolina e 10,2 km/l com etanol

Consumo do Fiat Fastback MHEV (Inmetro):

  • Urbano: 12,6 km/l com gasolina e 8,9 km/l com etanol
  • Estrada: 13,9 km/l com gasolina e 9,8 km/l com etanol

Para comparação, o Pulse 1.0 T200 sem motor híbrido-leve faz na cidade 12,1 km/l (gasolina) e 8,4 km/l (etanol), e na estrada 14,4 km/l e 10,2 km/l, respectivamente.

Esses números na estrada são semelhantes, pois o motor elétrico raramente atua nessas condições, enquanto na cidade ele permite um ganho de 0,5 km/l tanto com gasolina quanto com etanol.

O Fastback 1.0 T200 faz, na cidade, 11,9 km/l (gasolina) e 8,4 km/l (etanol), enquanto na estrada atinge 14,6 km/l e 10,2 km/l, respectivamente. Esses ganhos são um pouco superiores.

O que é o sistema híbrido leve?

Esse sistema híbrido-leve é composto por uma bateria de íon lítio  de 12 volts posicionada sob o banco do motorista e um motor elétrico dianteiro transversal que funciona em conjunto com o motor a combustão em determinadas faixas de rotação. 

Até 3.000 rpm, o motor elétrico auxilia o motor a combustão e consegue oferecer uma leve redução nas emissões e no consumo de combustível. Porém, esse motor elétrico nunca atua de forma independente, ou seja, ele não é capaz de mover o carro sem o apoio do motor a combustão, como por exemplo em um Toyota Corolla Híbrido, que consegue mover o veículo por poucos metros. Os modelos da Fiat tem o motor elétrico apenas para auxiliar o motor a combustão. 

Essa tecnologia Bio-Hybrid deverá trazer sistemas híbridos convencionais, como o da Toyota, possivelmente na Fiat Strada já no próximo ano. Nesse caso, haverá uma bateria maior de 48 volts.

Em relação à potência, os modelos Fastback e Pulse MHEV não ganharam potência adicional com esses motores. Ou seja, os mesmos 125/130 cv (gasolina/etanol) a 5.750 rpm permanecem, assim como os 20,4 kgfm de torque a 1.750 rpm.

Enquanto isso, o motor a combustão continua sendo o 1.0 T200 (turbo) de três cilindros, com injeção direta de combustível e sistema eletro-hidráulico MultiAir III, além de um eixo para as válvulas de escape.

No nosso teste rápido realizado na região metropolitana de Campinas foi possível notar algumas melhorias no conforto acústico e na vibração. 

O isolamento sonoro foi reforçado, como explicado na apresentação, reduzindo o ruído do motor e do ambiente externo, o que resulta na prática em uma cabine mais silenciosa. 

Além disso, apesar das vibrações características dos motores de três cilindros ainda estarem presentes ao abrir o capô, essa sensação não é transmitida para dentro da cabine, o que aumenta o conforto de quem está ao volante.

Um detalhe que pode desagradar alguns consumidores é o sistema Start-Stop, que, nestas versões híbridas, não pode ser desativado. Esse recurso desliga o motor em paradas, como por exemplo em um sinal, mas também corta o funcionamento do ar-condicionado, algo bem ruim em regiões bem quentes. 

No Pulse, porém, o sistema ainda consegue manter o ar minimamente refrigerado, mas no Fastback, apenas a ventilação continua ativa, trazendo a sensação de um ar menos gelado, o que pode ser incômodo para muitos. 

Para religar o ar-condicionado, é preciso tirar o pé do freio para que o motor seja acionado, ou, no caso do Fastback, com o Auto Hold ativado, basta dar uma leve pisada no acelerador.

Esse sistema, no entanto, não é tão brusco ao ligar o carro, diferentemente dos modelos da Volkswagen, que apresentam um tranco moderado. Ele é mais sutil e, por isso, não causa desconforto.

No mais, o restante permanece bem similar ao que já conhecemos do Fastback e do Pulse. A aceleração e a potência são exatamente as mesmas, sem mudanças perceptíveis: o motor oferece bom torque em baixa rotação, tem desempenho satisfatório, e a suspensão, mais rígida, traz conforto e estabilidade.

É claro e evidente o maior refinamento do Fastback por ser um modelo de nível superior, tanto no isolamento da cabine quanto na suspensão e na direção.

O interior também não sofreu alterações, exceto pela inclusão da bateria sob o banco. Para mim, que sou alto, isso não afetou o conforto da altura do banco, que pode ser ajustado bem para baixo, e a ergonomia de ambos os modelos é bem calibrada, tanto na extensão do volante quanto no ajuste dos bancos.

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