A Ford anunciou que vai cortar cerca de 4 mil empregos até 2027. Em comunicado divulgado para a imprensa, a montadora norte-americana afirmou que as demissões acontecerão na Europa, principalmente no Reino Unido e na Alemanha, países que representam aproximadamente 14% de sua força de trabalho no Velho Continente.
Segundo a Ford, a mudança para carros eletrificados e a "concorrência perturbadora" são os principais motivos para o corte. "Nossa preocupação é a saúde do negócio de veículos de passageiros na Europa, onde a empresa sofreu perdas significativas nos últimos anos e onde a mudança do setor para veículos eletrificados e a nova concorrência tem sido altamente perturbadora", diz um trecho da carta.
Segundo o texto, o Chefe de Operações Financeiras da Ford, John Lawler, já enviou uma carta ao governo da Alemanha para cobrar avanços na mobilidade elétrica nas grandes cidades. "O que nos falta na Europa e na Alemanha é uma agenda política clara e inequívoca para promover a mobilidade elétrica, como investimentos públicos em infraestrutura de recarga, incentivos significativos para ajudar os consumidores a fazer a mudança para veículos eletrificados, melhorando a competitividade de custos para os fabricantes e maior flexibilidade no cumprimento das metas de conformidade de CO2", disse.
Além das mudanças de veículos a combustão para eletrificados, a Ford também passou a sofrer no mercado europeu após deixar de fabricar carros populares, como Fiesta e Focus. Segundo a agência de notícias Reuters, a montadora viu as vendas caírem 17,9% na Europa entre janeiro e setembro deste ano. O montante está bem acima da média geral de automóveis 0 km, que sofreu uma perda de 6,1% no mesmo período.
Realidade na América Latina é outra
Se a situação da Ford é delicada na Europa, o mesmo não pode ser dito na América Latina. Nesta semana, a marca anunciou que vai elevar a 70.000 unidades a sua produção da Nova Ranger na Argentina. O modelo redefiniu o segmento de picapes médias, com uma aceitação extraordinária em todos os mercados da região e recorde de vendas no Brasil. No primeiro ano completo de vendas, a nova picape dobrou sua participação de mercado, consolidando-se entre as duas mais vendidas do continente.
Esse volume de vendas da Nova Ranger representa um incremento de 15% comparado a 2024 e de quase 30% em relação ao ano de lançamento. Como parte dessa ampliação, a planta terá a contratação de mais de 160 colaboradores diretos.
Além disso, falando especificamente do Brasil, a Ford também é a única fabricante não chinesa a ganhar participação no mercado de carros 100% elétricos em 2024. Os dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) mostram que a montadora conseguiu um crescimento impressionante no segmento de 2023 para este ano, passando de 31 para 449 unidades comercializadas.
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