A Uber também decidiu lançar o seu serviço de mototáxi na cidade de São Paulo. Nesta quarta-feira (22), a empresa se juntou à 99 e anunciou que a operação acontecerá fora do centro expandido. A novidade surge em meio à uma batalha judicial com a prefeitura de São Paulo - o prefeito Ricardo Nunes (MDB) teme uma explosão de acidentes de trânsito no município com as corridas de aplicativo.
Em comunicado, a Uber disse que a retomada do Uber Moto é baseada em uma decisão da Justiça de São Paulo, emitida nesta terça-feira (21), que negou a liminar da Prefeitura solicitando a suspensão do serviço. Além disso, a empresa de aplicativo citou que o mototáxi é praticado em diversas outras cidades do país, como Rio de Janeiro, Salvador e João Pessoa.
Imediatamente após o anúncio da Uber, o prefeito Ricardo Nunes criticou a empresa, em entrevista coletiva. "Estou um pouco de ver uma empresa desse porte só visando o lucro, nessa ganância pelo lucro, desconsiderando o risco às pessoas", declarou. Na semana passada, Nunes já havia dito que o serviço resultará em uma "carnificina". Na ocasião, ele chamou a 99 de "assassina".
Em 2023, Uber e 99 até anunciaram o serviço de mototáxi em São Paulo, mas recuaram após um acordo com a prefeitura. Agora, ambas as empresas afirmam que o mototáxi trata-se de um transporte privado por aplicativo em motocicleta. Elas dizem que a medida é permitida pela Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), Lei nº 12.587, de 2012.
Prefeitura não desiste
O prefeito de São Paulo ainda não se deu por vencido. Nesta quarta-feira, Ricardo Nunes disse que entrará com uma queixa-crime contra a 99 e a Uber, alegando que ambas estão violando uma lei municipal. Segundo o administrador municipal, caso não cumpram o decreto, as empresas serão multadas em R$ 50 mil por dia.
"Vamos entrar hoje com uma ação junto à Polícia Civil comunicando o descumprimento da legislação e fazendo uma queixa-crime, um comunicado de descumprimento. Isso vai ensejar um inquérito policial porque a gente tem apresentado dado, tem conversado e falado que essa atividade vai aumentar o número de óbitos. Mesmo assim, eles insistem em fazer essa atividade", afirmou Nunes.
Ainda nesta semana, o Detran-SP divulgou que o número de mortes em acidentes de trânsito na cidade de São Paulo subiu 11% em 2024. De acordo com o levantamento, a alta foi puxada pelos motociclistas, que representaram 37% do total de óbitos.
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