A 99 celebrou, nesta quinta-feira (23), a entrada da Uber na disputa contra a prefeitura de São Paulo envolvendo as corridas de mototáxi. Em nota enviada à reportagem do Portal Vrum, a 99 disse que o fato da concorrente também aderir ao serviço na capital paulista "reforça o entendimento jurídico" quanto à legalidade do mototáxi.
Além disso, a empresa afirma que já realizou 200 mil corridas pelo aplicativo desde que iniciou o serviço, há 10 dias, em 14 de janeiro. "A entrada de outros serviços no mercado seguindo o pioneirismo da 99Moto reforça o entendimento jurídico e o benefício do serviço que estamos oferecendo há mais de uma semana na cidade de São Paulo, e que já beneficiou milhares de pessoas em mais de 200 mil corridas feitas pelo nosso aplicativo", diz a 99.
Logo após a 99 anunciar o serviço na região fora do centro expandido na cidade de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) condenou a atitude, chamando a empresa de "assassina". No entendimento do político, a utilização em massa do mototáxi aumentará o número de mortes no trânsito e resultará em uma "carnificina".
Nunes chegou a entrar com uma ação na Justiça de São Paulo para proibir o transporte de passageiros por moto, mas a liminar foi negada. Depois disso, a Uber também passou a disponibilizar o serviço em seu app.
Em 2023, Uber e 99 até anunciaram o serviço de mototáxi em São Paulo, mas recuaram após um acordo com a prefeitura. Agora, ambas afirmam que o mototáxi trata-se de um transporte privado por aplicativo em motocicleta. Elas dizem que a medida é permitida pela Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), Lei nº 12.587, de 2012.
Nunes não desiste
O prefeito de São Paulo ainda não se deu por vencido. Nesta quarta-feira, Ricardo Nunes disse que entrará com uma queixa-crime contra a 99 e a Uber, alegando que ambas estão violando uma lei municipal. Segundo o administrador municipal, caso não cumpram o decreto, as empresas serão multadas em R$ 50 mil por dia.
"Vamos entrar hoje com uma ação junto à Polícia Civil comunicando o descumprimento da legislação e fazendo uma queixa-crime, um comunicado de descumprimento. Isso vai ensejar um inquérito policial porque a gente tem apresentado dado, tem conversado e falado que essa atividade vai aumentar o número de óbitos. Mesmo assim, eles insistem em fazer essa atividade", afirmou Nunes.
Ainda nesta semana, o Detran-SP divulgou que o número de mortes em acidentes de trânsito na cidade de São Paulo subiu 11% em 2024. De acordo com o levantamento, a alta foi puxada pelos motociclistas, que representaram 37% do total de óbitos.
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