A Tesla amargou uma queda significante no número de carros 0 km vendidos em janeiro deste ano na Europa. De acordo com dados preliminares, a montadora de veículos elétricos registrou 5.517 emplacamentos no primeiro mês de 2025, uma queda de 47,7% em comparação ao mesmo período de 2024. As recentes polêmicas envolvendo Elon Musk, dono da fabricante de automóveis, pode estar por trás deste recuo.
Na Suécia e na Noruega, o mercado automotivo está em alta neste início de 2025, mas a Tesla contabilizou uma queda de 44% e 38% na quantidade de carros vendidos, respectivamente. Ao mesmo tempo, segundo uma pesquisa de sentimento de mercado realizada pelo Novus Group da Suécia, a imagem de Musk ficou "arranhada" após a entrada do empresário no governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
Segundo o levantamento, a parcela de suecos que têm uma visão positiva de Musk caiu de 19% para 11%. Já o índice daqueles que têm uma visão negativa do dono da Tesla subiu de 47% para 63%. A pesquisa anterior foi feita entre 15 e 17 de janeiro, poucos dias antes de Donald Trump tomar posse e colocar Musk no cargo de chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA.
Na ocasião, Musk chamou atenção do mundo todo ao supostamente fazer um gesto nazista. Recentemente, o empresário também foi extremamente criticado por anunciar o corte de gastos para a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que custeia 40% da ajuda humanitária.
Tesla despenca em outros países na Europa e até nos EUA
As vendas da Tesla não caíram apenas nos países nórdicos. Segundo os dados divulgados nesta semana, o número de emplacamentos da montadora de elétricos também caiu consideravelmente na Espanha (-75,4%), França (-63,4%), Holanda (-42,5%), Dinamarca (-40,9%), Portugal (-31%) e Reino Unido (-18,2%).
Além da queda na reputação de Musk, a imprensa europeia aponta outros fatores para a queda da Tesla, como o fato da empresa esgotar seus estoques nos finais do ano para otimizar os balanços financeiros. Há, ainda, a transição do novo Model Y, que impacta na produção europeia.
Ainda assim, a Tesla também amargou um resultado negativo na Califórnia, o principal consumidor de carros elétricos nos Estados Unidos. Em janeiro deste ano, a queda foi de aproximadamente 11%, comprovando o mau momento da empresa.
A Tesla viu seu lucro ficar aquém do esperado no último trimestre de 2024 e fechou o ano um recuo nas vendas. Pior do que isso, a montadora norte-americana quase perdeu a liderança no mercado de elétricos para a chinesa BYD, que vem somando bons resultados nos últimos meses.
Musk otimista
Mesmo com este cenário, a última declaração de Musk sobre o futuro da Tesla foi em tom bastante otimista. Na semana passada, o bilionário disse deseja ver, a médio prazo, sua montadora no topo das empresas mais valiosas do mundo. Atualmente, a fabricante está na 12ª posição, bem atrás da líder Apple.
O grande trunfo de Musk é o investimento da Tesla em robótica e em carros autônomos, como Cybercab e a Robovan. Apesar de todo o debate sobre a regulamentação desses veículos, a expectativa é que eles cheguem às ruas dos Estados Unidos ainda neste ano. Além disso, a montadora visa construir 10 mil robôs humanoides Optimus até o final de 2025.
Com essas cartas na manga, Musk prevê um crescimento de 20% a 30% ainda neste ano. Segundo o empresário, ele está apenas "preparando o terreno para o que será um épico 2026 e um ridículo 2027 e 2028", declarou.
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