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Avaliação!

Civic hybrid mostra todo o potencial da Honda, que prepara híbrido nacional

Modelo importado da tailândia encanta pelo consumo e tecnologia embarcada, mostrando tudo o que os japoneses têm para oferecer

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Honda Civic se destaca pelo desempenho e consumo, mas peca pelo preço
Honda Civic se destaca pelo desempenho e consumo, mas peca pelo preço Foto: Mauricio Campelo/Vrum

No início de 2023, a Honda do Brasil apresentou a décima primeira geração do seu tradicional sedã por aqui. Muitos fãs do modelo, que pediam pelo retorno do Civic desde o fim da produção em 2021, ficaram descontentes com a motorização híbrida e o preço superior aos 200 mil. Apesar do preço caro, o Civic ainda tem muitas qualidades e mostra o norte para a eletrificação da Honda no Brasil.

Lançado por R$ 245 mil em 2023, o preço de tabela do sedã é de R$ 265.900 segundo o site da Honda em fevereiro de 2025. Além da etiqueta de preço, nada mudou no veículo desde a apresentação.

De visual imponente, o sedã importado da Tailândia conta com linhas elegantes. Os faróis contam com tecnologia LED. As linhas são levemente mais arredondadas do que o Civic de décima geração.

Na traseira, o visual se destaca pelas lanternas de tamanho avantajado e lembram o Accord de geração anterior. 

Honda Civic híbrido branco visto de ângulo traseiro
Honda Civic Hybrid chama atenção por onde passa Foto: Mauricio Campelo/Vrum

O Civic híbrido conta com 4,67 m de comprimento, 1,43 m de altura, 1,80 m de largura e 2,73 m de entre-eixos. O modelo é um pouco maior que seu tradicional rival, o Toyota Corolla, que é bem mais acessível. 

O interior é bem amplo e confortável. As linhas internas são horizontais, o que ajuda a aumentar ainda mais a sensação de largura da cabine. Os bancos, revestidos em couro claro, são bem confortáveis e contam com ajustes elétricos para os ocupantes dianteiros. 

Cabine Honda Civic híbrido
Interior do Honda Civic híbrido conta com revestimento em couro e teto solar Foto: Divulgação

O painel de instrumentos conta com 10,2”, enquanto a multimídia é de 9” e apresenta integração com Apple CarPlay sem fio, enquanto a conexão com Android Auto depende do cabo USB-A. 

A tela mostra a câmera de ré e também a câmera presente no espelho retrovisor do lado direito, o já conhecido Honda Lane Watch. Apesar de ser uma função engenhosa, as câmeras apresentam uma resolução baixa, ficando muito aquém de um carro de mais de 250 mil reais.

Câmera sistema Lane Watch Honda Civic híbrido
Câmeras são principal ponto de falha do sedã importado da Tailândia Foto: Mauricio Campelo/Vrum

O ar-condicionado é digital de duas zonas e merece destaque, afinal, apresenta uma ótima capacidade de refrigerar a cabine, mesmo em dias quentes. E por se tratar de um sistema híbrido pleno e robusto, o ar-condicionado funciona mesmo com o motor desligado, ao contrário dos híbridos-leves do mercado. 

Entre os itens de série, vale destacar o sistema de som assinado pela Bose, freio de estacionamento eletrônico, sensores de estacionamento, piloto automático adaptativo, carregador de celular sem fio, acendimento automático dos faróis e oito airbags. 

Além disso, o Civic oferece o pacote de segurança Honda Sensing, que adiciona controle de cruzeiro adaptativo com função stop and go, assistente de permanência em faixa, ajuste automático do farol. 

Motorização é o ponto alto

Motor a combustão Honda Civic híbrido
Conjunto mecânico do Honda Civic híbrido Foto: Divulgação

Um dos principais destaques do Civic é justamente o conjunto mecânico híbrido e:Hev, que conta com motor 2.0 16v a gasolina de 143 cv de potência a 19,1 kgfm de torque, e um motor elétrico do tipo ‘E-CVT’, ou seja, integrado à transmissão, que entrega 184 cv e 32,1 kgfm de torque. A potência combinada, entretanto, não é divulgada oficialmente.

O sistema e:Hev busca priorizar o uso da motorização elétrica na maior parte do tempo possível. É possível dirigir alguns quilômetros em modo totalmente elétrico, entretanto, como a bateria de alta tensão conta com apenas 1,05 kWh, o motor a combustão entra em funcionamento de forma constante, justamente para recarregar a bateria.

Apesar disso, não é possível escolher um modo exclusivamente elétrico de condução, essa função está disponível somente no Accord e no CR-V, dois modelos mais caros.

No uso urbano, é facilmente possível passar dos 18 km/l de consumo, sempre com ar-condicionado ligado na menor temperatura disponível. Na estrada, sempre utilizando o conjunto de auxílios ao condutor, foi possível conseguir médias de 25 km/l, bem acima do divulgado pela fabricante.

Multimídia Honda Civic híbrido mostrando consumo de combustível de 24 km/l
Consumo de combustível é excelente; multimídia é melhor que no HR-V Foto: Mauricio Campelo/Vrum

Aceitando somente gasolina no tanque de combustível, o Civic híbrido apresenta consumo oficial de 18,3 km/l na cidade, enquanto na estrada os números caem para 15,9 km/l. Apesar de “estranho”, carros híbridos consomem menos na cidade, afinal, podem rodar mais em modo 100% elétrico e recuperam energia com as frenagens e desacelerações.

Em termos práticos, mesmo com o Civic por mais de uma semana, a preocupação de passar no posto de gasolina jamais esteve presente, mesmo com um tanque de combustível de apenas 40 litros.

Como é dirigir o Civic híbrido?

O primeiro contato foi com um carro completamente elétrico. Enquanto me habituava e ajustava a posição de dirigir, o motor a combustão entrou em funcionamento, e por ser o primeiro contato com o veículo, senti surpresa pelo som e vibração. Ao se acostumar com o Civic, essa surpresa não volta a se fazer presente.

O sistema híbrido irá priorizar utilizar o modo elétrico, o que significa que em boa parte do trajeto, o propulsor a combustão ficará desligado, a não ser que o nível de bateria esteja baixo, mas devido ao tamanho diminuto da bateria, é fácil esgotar a energia armazenada, logo, o motor a gasolina volta a ser acionado.

Avaliação teste Honda Civic híbrido
Apesar de dimensões generosas, Civic é fácil de conviver Foto: Mauricio Campelo/Vrum

Em situações de aceleração, basta pisar um pouco mais no pedal da direita que o propulsor térmico também é acionado, já que a central eletrônica entende que o condutor precisa de mais potência e torque e oferece tudo que o Civic tem disponível.

Apesar de medir 4,6 metros de comprimento, o Civic é extremamente ágil na cidade e também na estrada. Realizar manobras é surpreendentemente fácil, graças ao diâmetro de giro de 11,2 metros. 

Porta-malas honda civic hibrido
Porta-malas oferece 495 litros de capacidade Foto: Divulgação

Tanto na estrada quanto na cidade, o Civic apresenta um rodar macio e suave, a suspensão traseira é independente do tipo multilink e merece grande destaque, dando ao Civic um comportamento muito dinâmico.

Realizar ultrapassagens não será difícil, nem será necessário desativar o modo Eco de condução. Vale destacar que os comandos para operar e acionar os sistemas de auxílio ao condutor são bem fáceis e rapidamente é possível ajustar o piloto automático adaptativo.

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Painel de instrumentos Honda Civic híbrido Foto: Divulgação

Com esse assistente em funcionamento, o condutor pode reparar no fluxo de energia apresentado pela central multimídia. Nesse cenário, o motor a combustão acaba entrando em funcionamento por longos períodos e é utilizado tanto para movimentar as rodas quanto para gerar energia para as baterias. 

Porém, o mais interessante da condução em rodovias do Honda Civic híbrido é perceber em quais momentos o motor elétrico é quem traciona as rodas. Mesmo em velocidades mais altas como 90 km/h e 120 km/h, desde que constantes, o carro se move apenas com energia elétrica, e isso pode ser identificado pela indicação EV no painel de instrumentos.

Conjunto mecânico com potencial

Como já mencionado, o sistema híbrido aplicado no Civic é extremamente eficiente. Seria muito benéfico para a eletrificação da frota nacional se a empresa conseguisse nacionalizar esse sistema e aplicá-lo em HR-V e no futuro WR-V.

O grande porém é que o primeiro híbrido nacional da Honda não deve chegar tão cedo, sendo aguardado somente para meados de 2028.

Mesmo que com propulsores a combustão diferentes e motor elétrico mais fraco, o consumo de combustível e funcionamento suave mostra que um norte eficiente é possível, resta saber se poderá ser aplicado em modelos mais acessíveis. 

Nem tudo é perfeito

Espaço interno do Honda Civic híbrido
Espaço traseiro é ótimo para dois adultos Foto: Divulgação

O principal empecilho do Civic híbrido é seu preço elevado, e até por isso, alguns erros passam a ser “inadmissíveis”. Após uma semana de uso, o que mais irritou no modelo foi o fato da conexão com Android Auto demandar de cabos para ser realizada, bem como o uso de entradas USB-A para realizar essa conexão.

Outro ponto que merece melhoras por parte da Honda é o conjunto de câmeras. Apesar de funcionarem muito bem, tanto a traseira quanto a do sistema Lane Watch - posicionada no espelho retrovisor direito -, a resolução do conjunto é bem pobre e poderia ser melhor, afinal, o carro está mais perto dos R$ 300 mil do que dos R$ 200 mil, e modelos como o Peugeot 2008 oferece câmeras muito melhores, e até mesmo 360º.

Apesar da Honda informar que o modelo é equipado com função tilt-down no retrovisor, na unidade testada, essa função não estava disponível.

Vale a pena?

Honda Civic e-HEV branco, de frente, em movimento, com prédio industrial ao fundo
Honda Civic e:Hev Foto: Honda/Divulgação

Como produto, desconsiderando o preço, o Honda Civic híbrido é um excelente carro que vale cada centavo investido nele, principalmente se o comprador conseguir alguma promoção, uma vez que é possível encontrar unidades por cerca de 226 mil.

O problema é que por R$ 200 mil, o cliente pode levar para casa o principal concorrente, o Toyota Corolla híbrido, que apresenta uma lista de equipamentos muito similar à do Civic híbrido, bem como um Honda Accord, que pode ser encontrado com promoções agressivas, que reduzem o preço para R$ 269.900.

Justificar os quase 270 mil para comprar o Civic híbrido só faz sentido caso o cliente seja muito fiel à Honda e ao Civic e esteja procurando um carro com sistema híbrido auto recarregável, mas estará levando para casa um ótimo automóvel, apesar de pagar um pouco mais caro do que vale.