O Governo Federal anunciou na última segunda-feira (17) a aprovação da gasolina E30, com 30% de etanol na mistura, após testes conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia. A nova fórmula deve chegar às bombas ainda em 2025 para trazer redução de até R$ 0,13 no preço do litro.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o E30 evita a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano. Ou seja, o país usa mais etanol feito aqui, gerando uma demanda extra de 1,5 bilhão de litros e injetando cerca de R$ 9 bilhões na economia. “O E30 é seguro para nossa frota de duas e quatro rodas. Com ele, o Brasil deixará de ser refém do mercado internacional e da volatilidade dos preços externos. O preço da gasolina será determinado pela competitividade interna, e não pelo preço de paridade de importação”, explicou Silveira durante o evento “Combustível do Futuro” em Brasília.
Os testes aconteceram no Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP), entre janeiro e março, com 15 carros, além de modelos antigos que rodam só com gasolina. O chefe do laboratório, Renato Romio, disse que tudo funcionou bem e não houve defeitos no consumo nem na potência dos carros testados. A validação contou com apoio de produtores de etanol e entidades como Anfavea e Sindipeças, assegurando que o E30 é seguro para a maioria dos carros brasileiros.
Hoje, a gasolina tem 27% de etanol, e a nova mistura sobe para 30%, graças à Lei do Combustível do Futuro, sancionada em outubro de 2024. Isso faz o combustível queimar de forma mais limpa, reduzindo a poluição. O Ministério de Minas e Energia estima que o E30 tire 1,7 milhão de toneladas de gases poluentes do ar por ano – o mesmo que remover 720 mil carros das ruas.
Sobre o impacto no carro, o engenheiro Rogério Gonçalves, da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, explica que o consumo pode mudar um pouco. “Com 3% a mais de etanol na mistura, o motorista pode sentir a diferençaa na autonomia total, que pode baixar", diz ele.
Não é algo drástico, mas existe diferença. Para quem tem carro importado, a dica é ter paciência: esses modelos podem precisar de ajustes para se adaptar ao E30, então o ideal é consultar a montadora antes de abastecer.
O governo planeja recomendar o E30 ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda em 2025, abrindo caminho para as bombas. A ideia é fortalecer o etanol nacional, reduzindo a dependência de combustíveis importados.
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