As caminhonetes protagonizam um fenômeno de mercado no Brasil. A participação dos veículos desse segmento saltou de 12% para 17% ao longo dos últimos 7 anos, segundo um levantamento da Chevrolet, e os fabricantes apostam que há espaço para continuar crescendo. Porém, curiosamente, tais modelos pareciam não despertar grande interesse no passado, tanto que vários fabricantes cancelaram projetos de picapes nacionais.
Caminhonetes nacionais canceladas
O VRUM relembra 5 caminhonetes que tiveram os projetos abortados por fabricantes nacionais. Todas elas baseavam-se em veículos já existentes e muitas delas eram criações de design e engenharia do Brasil. Será que essas picapes teriam feito sucesso? Confira o listão e deixe sua opinião nos comentários!
1- Chevrolet Opala
Na década de 1970, a Chevrolet cogitou seriamente aumentar a linha Opala, composta por cupê, sedan e perua (Caravan). A multinacional chegou a montar protótipos de um hatch e de uma picape: essa última, datada de 1975, seria uma opção menor à C10.
Entretanto, por motivos ainda um tanto nebulosos, o projeto foi cancelado, e o veículo acabou sendo destruído. No fim das contas, quem inaugurou o segmento das caminhonetes derivadas foi a Fiat, com a 147 Pick-up, em 1978. Por sua vez, a Chevrolet só passou a ter um veículo desse gênero em 1983, quando lançou a Chevy 500, de porte ainda menor, baseada no Chevette.
2- Chevrolet Kadett (marca cancelou duas caminhonetes)
Outra picape que a Chevrolet estudou produzir no Brasil baseava-se no Kadett. Aliás, mais precisamente na perua da gama, a Ipanema. O utilitário complementaria a gama formada pelo hatch e pela perua, que haviam chegado ao mercado em 1989, e aposentaria a Chevy 500, que, então, já dava sinais de cansaço.
Entretanto, por alguma razão ainda desconhecida, a Chevrolet cancelou o projeto. De acordo com informações do site Autos Segredos, a carroceria da picape Kadett sequer foi finalizada. A gama de caminhonetes compactas da marca acabou sendo atualizada somente em 1995, com o lançamento da Corsa Pick-up.
3- Fiat Tempra
Pioneira do segmento de caminhonetes compactas, a Fiat esteve perto de lançar uma espécie de precursora dos modelos um pouco maiores. Isso ocorreu exatamente em 1994, quando a equipe de engenharia da empresa criou um protótipo funcional de uma picape baseada no Tempra. O projeto previa capacidade de carga de aproximadamente 1 tonelada e motorização a diesel.
Informações extraoficiais apontam que o projeto acabou sendo cancelado após uma mudança na direção da subsidiária brasileira da Fiat. Contudo, felizmente, o protótipo sobreviveu: ele permaneceu nas mãos da multinacional por algum tempo e chegou a ter o motor a diesel substituído por um 2.0 a gasolina. Posteriormente, a picape Tempra passou anos exposta no extinto Museu do Automóvel, em Brasília (DF).
4- Ford EcoSport
A Ford perdeu a oportunidade de inaugurar o segmento das chamadas caminhonetes "intermediárias", com porte maior que as compactas, mas menor que as médias. Acabou entregando esse nicho "de bandeja" para a Renault, que o inaugurou a Oroch, em 2015, e para a Fiat, que chegou logo depois com a Toro, em 2016. Mas o caso é que a subsidiária brasileira da multinacional bem que tentou...
Embalada pelo sucesso do EcoSport, lançado em 2003, a Ford do Brasil iniciou o desenvolvimento de uma picape baseada no modelo, para substituir a Courier. Porém, os trabalhos foram cancelados por ordem da matriz, que, na época, estava privilegiando veículos globais. O projeto até teria voltado à pauta após o lançamento da segunda geração do SUV, em 2012, mas seguiu engavetado.
5- Renault Logan
Ao contrário das demais caminhonetes deste listão, cujos projetos foram desenvolvidos no Brasil, a Logan Pick-up tem origem romena. Logo após o lançamento na Europa, em 2007, Renault estudou produzi-la no Brasil. Entretanto, acabou desistindo dessa ideia.
Teriam pesado em tal decisão o design muito utilitário da Logan Pick-up, bem como a falta de tradição da Renault no segmento de caminhonetes; vale lembrar que, na época, a Fiat já o liderava com a Strada. Cerca de uma década depois, a marca francesa finalmente entrou nessa categoria com a Oroch, derivada do Duster.