O design costuma ser fator decisivo para o sucesso ou o fracasso dos automóveis. Carros que não são considerados bonitos pelos consumidores dificilmente têm bom desempenho comercial. Por isso, os fabricantes raramente arriscam na hora de desenvolver novos projetos e, geralmente, seguem estilos já consolidados e aceitos pelo público. Mas, felizmente, existem exceções a essa regra.
Carros ousados: bonitos ou não?
O VRUM enumerou 5 carros que marcaram época devido ao arrojo do design: alguns deles são indiscutivelmente bonitos, enquanto outros despertam polêmica em relação ao visual. Mas o caso é que não falta originalidade às linhas deles. Confira o listão!
1- Volkswagen SP2
A Volkswagen tem tradição em projetar veículos com design sóbrio e linhas tradicionais. Porém, existiram carros ousados e, ao mesmo tempo, bastante bonitos na trajetória da marca. No Brasil, o modelo que melhor conciliou essas duas características foi, provavelmente, o SP2. O esportivo foi desenvolvido aqui e não foi produzido em qualquer outro lugar do planeta.
O Volkswagen SP2 teve vida curta: durou apenas de 1972 a 1976. Durante esse período, a produção mal superou a marca de 10 mil unidades. Porém, o modelo se tornou um ícone da década de 1970 e, hoje, é o carro antigo nacional mais valorizado da gama Volkswagen. Colecionadores de outros países, inclusive, têm importado exemplares, atraídos justamente pelo belo e arrojado design.
2- Ford Ka
O Ka de primeira geração é um daqueles automóveis do tipo ame ou odeie: o visual até hoje levanta polêmicas e, definitivamente, não agrada a todos. Porém, não dá para negar que ele é ousado. O design, criado pelo francês Claude Lobo, é o exemplo mais arrojado da linguagem New Edge, que mesclava linhas arredondadas e curvas e marcou os veículos Ford na virada do século.
Para completar a surpresa, o lançamento do Ford Ka no Brasil, em março de 1997, ocorreu só seis meses após a apresentação global. Das três gerações do hatch, a primeira foi a mais marcante, graças justamente ao design original. Bonitos ou não, esses carros têm uma ousadia muito rara no mercado atualmente.
Já testamos o Ford Ka de terceira geração: assista ao vídeo!
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3- Chevrolet Vectra B
Sedans médios raramente exibem design fora do comum. Isso, porque tais modelos têm público conservador e uma tradição de décadas no mercado. Dentro desse contexto, o Vectra de segunda geração ousou: atualmente, o visual do modelo pode até não impressionar, mas parecia à frente do tempo em 1996, quando ocorreu o lançamento no Brasil.
Um dos detalhes que mais chamavam a atenção - e que ainda marca a segunda geração do modelos - é o formato dos retrovisores, que se integram aos vincos do capô. Bonitos e fluidos, os traços da carroceria eram, literalmente, esculpidos pelo vento: afinal, essa safra do Chevrolet Vectra tem um cx. de 0,28, até o hoje o menor entre todos os carros produzidos em série no país.
4- Fiat Uno
Designers e arquitetos do período modernista defendiam que a forma segue a função. Esse princípio parece ter balizado o projeto do Fiat Uno, automóvel mais moderno do mercado nacional na década de 1980. As linhas retas, criadas por ninguém menos que Giorgetto Giugiaro, conciliam ótimo aproveitamento de espaço, posição de dirigir elevada e boa aerodinâmica para os padrões da época.
São várias as soluções criativas no design do Fiat Uno, desde o para-brisa com um só limpador até o painel com comandos satélites e cinzeiro deslizante do modelo original. O hatch compacto fez sucesso e se tornou tão comum nas ruas que, hoje, nem chama a atenção. Mas esses carros fugiam, e muito, do comum em 1984, ano do lançamento, embora nem todos, então, os achassem bonitos.
5- Mercedes Classe A
Eis mais um exemplo de carro ao estilo ame ou odeie. Tudo bem, o Classe A não está entre os carros mais bonitos já feitos pela Mercedes-Benz, mas o caso é que ele tinha uma concepção revolucionária. E isso se deve à carroceria, compacta, ao estilo monovolume e com o piso do habitáculo posicionado acima do local convencional: abaixo dele, o projeto previa a instalação de baterias para um sistema híbrido.
O modelo acabou chegando ao mercado com motores convencionais, a combustão, inclusive na Europa. E o centro de gravidade elevado causou a reprovação do Classe A no chamado teste do alce, logo após o lançamento. A Mercedes corrigiu o problema com a oferta de controle eletrônico de estabilidade, mas o modelo fracassou em vendas no mundo todo. Porém, não dá para negar que ele foi ousado e original.