Já ouviu falar da figura do contador de feijões? É um personagem metafórico para materializar a ação dos setores de custos da indústria automobilística. A lógica é a seguinte: a abolição de determinados equipamentos, mesmo que eles tenham um custo muito baixo, pode resultar em uma enorme economia em escala, já que impactará a produção de centenas de milhares de carros.
O problema é que, em alguns casos, esses cortes passam da conta. Tudo bem que alguns equipamentos mais sofisticados fiquem limitados a carros luxuosos. Porém, às vezes as economias envolvem itens de baixíssimo custo de produção, mas que fazem toda a diferença para o consumidor. E o listão de hoje é justamente sobre isso!
Carros que não vêm com equipamentos banais
Em pleno ano de 2023, ainda existem veículos no mercado brasileiro que não dispõem de cintos de segurança com pré-tensionadores. Ou de banco traseiro rebatível. Ou ainda de um simples conta-giros. Todos esses casos, e mais alguns, estão enumerados com mais detalhes logo abaixo. Confira!
1- Citroën C3
O Citroën C3 abre a lista porque fica devendo um item de segurança banal para os padrões atuais: pré-tensionadores, que pressionam os ocupantes contra os bancos na iminência de um acidente, aumentando a eficiência dos cintos. Isso, sem falar nos airbags laterais, que o hatch também deixa de fora. Devido à ausência desses equipamentos, o modelo tirou nota zero no último crash test realizado pelo Latin NCAP.*
2- Fiat Cronos
Outro dos carros do Grupo Stellantis que restringe a oferta equipamentos banais é o Fiat Cronos. Nesse caso, o problema está na falta de sistema de rebatimento para o banco traseiro em quase toda a gama: só a versão top de linha Precision, que custa R$ 109.890, traz esse item. Isso faz com que o porta-malas do sedan, apesar de enorme, com 525 litros, perca muito em versatilidade.
3- Renault Duster
Na categoria dos SUVs compactos, airbags laterais e do tipo cortina já equipam quase todos os modelos. Menos o Duster, que traz apenas as bolsas frontais até mesmo a versão top de linha Iconic, cujo preço é de R$ 146.990. Até o Kwid, também da Renault, disponibiliza mais airbags. Eis mais um dos carros do listão que economiza em importantes equipamentos de segurança.
4- Volkswagen Polo
A linha 2023 do Polo trouxe várias simplificações, visando uma redução nos preços. Algumas delas são até toleráveis, caso dos encostos de cabeça fixos aos bancos. Porém, é quase inacreditável que um conta-giros esteja indisponível para a versão TSI. O Citroën C3 (ele, de novo) também não tem esse item, mas no hatch da Volkswagen, que une motor turbo e câmbio manual, a ausência desse item destoa ainda mais.
Pelo menos, na linha 2024, o Polo ganhou ajustes em altura e em distância da coluna de direção desde a versão de entrada Track. Vale lembrar que, anteriormente, tal item estava disponível somente a partir da configuração Comfortline.
5- Nissan Sentra
O Nissan Sentra economiza em vários pormenores. Motor flex? Não tem. Saída de ar-condicionado para o banco traseiro? Também não. Vidro elétrico com sistema um-toque? Só para o motorista. Freio de mão eletrônico? Não há nem mesmo o convencional, e sim um incômodo sistema por pedal. A ausência de tais equipamentos seria perdoável em carros de entrada, mas não em um sedan médio que custa a partir de R$ 149.990.
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*Inicialmente, o texto dizia que o C3 também não dispunha de barras de proteção contra impactos laterais, mas de acordo com a assessoria de comunicação da Citroën, o hatch vem, sim, com esse equipamento.