O cantor Milton Nascimento publicou no Instagram uma foto e um vídeo apresentando aos seus seguidores o seu Fusquinha azul. “Esse é o Totó, que foi do meu pai e agora veio aqui para a minha casa. Quantas histórias e lembranças esse reencontro me trouxe!”, escreveu na publicação.
A postagem teve grande repercussão, com volume de curtidas e comentários bem acima da média. Um dos comentários que chamaram a atenção foi o de Lô Borges, parceiro de Clube da Esquina, que falou: “Já viajei muito com o Bituca no “Totó”. Que maravilha! Saudades”. Um outro perfil ainda interagiu com o comentário de Lô: “E o jipe que amarelou? Manuel, o audaz, nos dê notícias”, se referindo ao famoso jipe de Fernando Brant.
O artista Chaps Melo, criador do infantil Mundo Bita, também deixou seu comentário: “Você pega o Fusca azul, o sol na cabeça”, em alusão à canção O Trem Azul. Rogério Flausino, líder do Jota Quest, também interagiu com a postagem de Milton: “q lindo!! Eu amo Fusca!!!”
Totó é um Fusca 1955 equipado com motor 1200 de 30cv de potência. A essa altura, o modelo ainda era apenas montado pela Volkswagen do Brasil em regime de CKD, ou seja, com as peças vindas da Alemanha. A fabricação de fato do sedã só começaria em 1959.
Apesar da tentativa, não conseguimos detalhes sobre a história do veículo. De acordo com o bem informado Maxicar, o carro ficou guardado em uma propriedade da família desde a morte do pai de Milton, em 2010. Agora o carrinho vai “viver” na casa de Bituca, em Juiz de Fora.
O veículo é tão especial, que se destaca tanto pela originalidade, quanto pelos acessórios, e até em atualizações que recebeu ao longo de sua vida útil, como vamos destacar em cinco detalhes:
Orelha de padre
Repare nas setas de direção na coluna B do Fusquinha. Trata-se do modelo conhecido como “orelha de padre”, um acessório que pouco conhecem usado para substituir as antigas setas modelo “bananinha” (no detalhe da foto acima). Este último modelo é mais conhecido e curioso por “saltar” da coluna, com a luz acesa, para indicar uma conversão.
Retrovisor esquerdo
Até 1968, o Fusca não trazia retrovisor esquerdo de série (muito menos o direito!). Provavelmente esta bela peça cromada foi um acessório de segurança comprado em uma concessionária, o que era muito comum na época.
Oval
Você sabia que os primeiros Fuscas, no pós-guerra, nem tinham o vidro vigia traseiro? Com o tempo, com a necessidade de melhorar a visibilidade traseira, o modelo ganhou o vidro, primeiro no modelo “Split”, com o vidro dividido em duas peças. Só depois disso é que veio o modelo que equipa o carro herdado por Milton Nascimento, chamado “Oval” (no detalhe da foto acima). Daí em diante o vidro foi ficando cada vez maior, como na maioria dos Fuscas que vemos rodando pelas ruas.
Asa de Morcego
As imagens da postagem não mostram bem, mas esse modelo 1955 foi o último a trazer o belo volante tipo “Asa de Morcego” (no detalhe da foto acima), item raro!
Rodas “fechadas”
Repare que as rodas do Fusca 1955 não trazem as “janelas”, que são aquelas entradas usadas para refrigeração dos freios (como no detalhe da foto acima). No vasto “dicionário fuscológico”, essa característica é definida como “roda fechada”. As aberturas nas rodas só viriam em 1967, junto com o motor 1300 “muito” mais potente, com 46cv!