A Renault-Nissan e a Daimler AG anunciaram hoje em Bruxelas, Bélgica, os detalhes da aliança. Com o acordo, a Daimler AG ficou com 3,1% das ações recém-emitidas da Renault e 3,1 % das ações da Nissan (que pertenciam ao fabricante francês), enquantoa aliança Renault-Nissan obteve iguais 3,1% da gigante alemã - 1,55% para cada um. Curiosamente, a Renault decidiu trocar 1,55% da Daimler com a Nissan por 2% das ações da companhia japonesa. Além de sinergias em desenvolvimento tecnológico, a parceria também envolve decisões financeiras comuns, além de outras práticas comerciais ao redor do mundo.
"Nossas habilidades complementam-se muito bem. De imediato, estamos fortalecendo a nossa competitividade no segmento de carros pequenos e compactos e reduzindo a nossa 'pegada' de CO2. Nós sabemos que podemos fazer produtos típicos de cada marca baseados em arquiteturas compartilhadas. As identidades de cada marca vão permanecer intocadas", garante Dieter Zetshe, executivo-chefe da Mercedes-Benz e chairman do conselho diretor da Daimler AG. "A aliança Renault-Nissan sabe como trabalhar com sucesso em parcerias colaborativas e essa experiência é extremamente valiosa no mercado de hoje e será ainda mais na indústria mundial do automóvel do futuro", valoriza o brasileiro Carlos Ghosn, chairman and CEO da aliança Renault-Nissan.
Modelos em comum
O sucessor do Smart Fortwo será um carro de quatro lugares, com uma plataforma compartilhada com a terceira geração do Renault Twingo. Os modelos comuns começarão a ser lançados em 2013. A planta da Smart em Hambach, na França, será a linha de produção para as versões de dois lugares, enquanto a fábrica da Renault em Novo Mestro, Eslovénia, será a base para as configurações de quatro lugares. As versões de quatro lugares serão lançadas em seguida.
A Renault-Nissan oferecerá a linha de motores de três e quatro cilindros a gasolina e diesel para a Daimler, que os adaptará para as características da Mercedes. De acordo com as marcas, é um acordo em que ambos os lados ganham: a Mercedes pode incrementar a sua capacidade de vendas dos seus futuros compactos enquanto o grupo franco-nipônico vai aumentar a sua produção de motores.
Ainda no capítulo de motores, os modernos propulsores a diesel de quatro e seis cilindros da Mercedes-Benzs vão ser compartilhados com os modelos da divisão de luxo da Nissan, a Infiniti, que tenta ganhar algum espaço no mercado europeu. Os futuros propulsores serão projetados em conjunto, mas apenas as partes que não fazem parte das características de cada marca serão comuns, os pontos de distinção de caráter serão individualmente desenvolvidos. Tudo isso leva a uma maior competitividade, graças à economia proporcionada pela escala de produção e pelo custo dividido de pesquisas e de desenvolvimento.
A parceria também vai abranger os comerciais leves. A Mercedes pretende lançar uma van de menor porte, como uma opção mais barata do que a Sprinter, com base em um veículo da Renault. Com lançamento previsto para 2012, o modelo será produzido na planta de veículos comerciais da marca francesa em Maubeuge, França. As vans maiores vão compartilhar trens de força, como a van média Vito da Mercedes, que vai ganhar um conjunto de transmissão e motor da Renault.