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Antigos do Brasil - A história do Projeto 676

Fabricado de 1968 a 1992, Opala teve projeto baseado no Opel Rekord com retoques da GM do Brasil. Entre sedãs, cupês e peruas, modelo vendeu quase um milhão de unidades

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O desejo de fabricar um automóvel nacional começou a florescer na General Motors do Brasil por volta de 1963. A “intenção” era tratada internamente como Projeto 676 e, depois de muitos estudos, ficou decidido que o modelo seria baseado no Opel Rekord, que na Europa tinha carrocerias sedã, cupê e perua. A apresentação do produto nacional foi feita no Salão do Automóvel de 1968 com o nome de Opala, que, além de ser uma pedra preciosa, é (dizem!) a fusão entre Opel e Impala, modelo que fez sucesso no Brasil.

Inicialmente, a GM optou pela carroceria sedã de quatro portas, que era encontrada nas versões luxo e standard. O resultado não poderia ter ficado melhor. A frente trazia uma grade de linhas horizontais cromadas com os faróis circulares embutidos. Nas laterais, o cromado das calotas também se destacava, assim como a sensual linha de cintura estilo "garrafa de Coca-Cola", devido à curva traçada na região dos para-lamas traseiros. As pequenas lanternas e o para-choque delgado, que na versão luxo ainda trazia luzes de ré e uma faixa em outra cor, formavam a traseira elegante. O toque de mestre estava no sobressalto presente nas quatro quinas do sedã.

Por dentro, o modelo trazia bancos inteiriços e a alavanca de câmbio na coluna de direção. O comprador podia escolher entre duas motorizações: um quatro cilindros de 2.509cm³ de cilindrada e 80cv de potência ou o seis cilindros em linha de 3.764cm³ e 125cv. O câmbio era de três marchas e a tração traseira. Os freios eram a tambor.

SS A lendária versão esportiva SS chegou ao mercado em 1970. Visualmente, o esportivo ostentava faixas pretas no capô, nas laterais e no painel traseiro, além de rodas esportivas. O motor 3.8 foi retrabalhado e agora tinha capacidade de 4.097cm³ de cilindrada, o famoso 4.100cm³. O SS tinha 140cv e câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho. Naturalmente, os bancos dianteiros eram individuais, daí a sigla SS (Separate Seats) , que significa bancos separados. Como o charme é companheiro inseparável da dúvida, a sigla também é popularmente entendida como “Super Sport”. O detalhe bizarro eram as quatro portas em um esportivo.

Neste mesmo ano, a linha Opala ganhou novo desenho da grade. Outra novidade era a versão Gran Luxo, que tinha teto em vinil (opcional nas outras) e acabamento interno caprichado. O motor era de 4.1 litros, com câmbio de três marchas, mas havia opção do propulsor de quatro cilindros. As versões de entrada e intermediária ainda usavam os motores 2.5 ou 3.8.

CUPÊ Com a chegada da carroceria cupê, em 1971, a família cresceu. Com duas portas, o novo modelo estava mais para um fastback. Mas isso não importava, o carro era bonito e tinha esportividade. Chamava a atenção a ausência da coluna B, que deixava o modelo parecido com um conversível com capota. Aos poucos, todas as versões de acabamento do sedã eram oferecidas também no cupê. Agora, como deveria ser, o SS era disponível apenas na carroceria cupê. A essa altura, o motor 3.8 havia sido definitivamente substituído pelo 4.1.

Confira a galeria completa com as fotos do Chevrolet Opala e da Caravan!

Com os passar dos anos, o Opala recebeu alterações estéticas e avanços tecnológicos. Em 1973, a frente ganhou nova grade e as setas foram deslocadas para as quinas. Atrás, as luzes de ré foram para o lado das lanternas. Os modelos com motor de seis cilindros receberam freios a disco na dianteira. Os opcionais eram bancos individuais e ar-condicionado. No ano seguinte, o propulsor de quatro cilindros foi retrabalhado e passou a ter 94cv. Agora, o SS também podia vir com esse motor, mas com carburador de corpo duplo, que rendia 98cv. Em 1974, o câmbio automático de três marchas era equipamento opcional.

CARAVAN Em 1975, o Opala passou pela primeira reestilização. A frente recebeu nova grade, para-choque e ligeiras alterações nos faróis. A traseira ganhou dois pares de lanternas circulares. A família Opala agora contava com uma perua, a Caravan, que tinha a opção de motores de 4 e 6 cilindros. Até o fim dos seus dias, a Caravan conviveu com o fantasma de ter apenas duas portas. A versão de luxo passou a ser denominada de Comodoro, e estava disponível somente com o motor de 6 cilindros. Para atender os compradores que queriam um desempenho de esportivo, a GM passou a oferecer em 1976 o motor 250-S, com 153cv, que chegava perto dos 200 km/h.

DIPLOMATA A partir de 1977, o Comodoro passou a ter opção do motor de 4 cilindros. No ano seguinte, a perua Caravan ganhou as versões SS e Comodoro. Em 1980, mais uma reestilização, ficando com linhas retilíneas, grade mais baixa, farol retangular e com bitolas mais largas. O novo topo de linha era chamado Diplomata, que trazia de série ar-condicionado, direção hidráulica, toca-fitas e motor de 6 cilindros. Os opcionais eram teto de vinil, pneus radiais, câmbio automático e o motor 250-S.

Versão mais luxuosa da Caravan, Diplomata; perua saiu de linha junto com o Opala, em 1992



Esse ano também foi marcado como o último do SS e a chegada do propulsor de quatro cilindros a álcool. Três anos depois, esse motor passou a usar câmbio de 5 marchas. Em 1984, finalmente, o 6 cilindros passa a ter opção movida a etanol. No ano seguinte, o Opala recebe outras mudanças estéticas, novamente na grade e no farol. A Caravan ganha a versão requintada Diplomata.

FIM Em 1988, em seu aniversário de 20 anos, o Opala ganha nova grade e faróis trapezoidais e opção de câmbio automático de 4 marchas. Um ano depois, o mercado se despede da carroceria cupê. Em 1991, o modelo passa pela última reestilização, com nova grade, para-choques, rodas aro 15 e a retirada dos quebra-ventos. Em 1992, o sedã e a perua finalmente saem de linha. Ao todos, foram produzidas 998.444 unidades do Opala, que deixou muitas viúvas.

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