O primeiro automóvel fabricado pela Ford no Brasil foi o Galaxie, em 1967. Antes disso, a empresa americana já havia montado os modelos T e A por aqui nas décadas de 1920, 1930 e 1940. O Galaxie já existia nos Estados Unidos desde 1959, em diversas versões e carrocerias, mas o carro escolhido para ser feito no Brasil foi um sedã de quatro portas, com as mesmas linhas do modelo americano. O Galaxie 500 usava o mesmo motor V8 da picape F-100, com 4.458cm³ de cilindrada e câmbio manual de três marchas. O propulsor oferecia ao grandalhão 164cv de potência e 33,4kgfm de torque.
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No fim de 1968, foi apresentada a versão LTD, mais luxuosa, com teto de vinil, ar-condicionado, painéis de porta imitando jacarandá e estofamento revestido em couro ou tecido. O motor trazia cilindros de maior diâmetro, com novos anéis e pistãos, além de carburador e distribuidor recalibrados. A capacidade volumétrica desse propulsor era de 4.785cm³, com 190cv e torque de 37kgfm. O LTD trazia o câmbio Ford-O-Matic de três marchas, o primeiro automático usado num automóvel brasileiro. O novo motor era opcional para o 500, mas apenas com câmbio manual. Externamente, as duas versões se diferenciavam pela grade e o teto de vinil.
PÉ DE CAMELO Com a chegada do Chevrolet Opala e do Dodge Dart, que ganharam mercado, em 1970, a Ford tentou responder com o Galaxie Standard. A versão era espartana, sem direção hidráulica, pouquíssimos frisos, grade antiga sem emblema central e interior simplificado, sem relógio, rádio, isqueiro e sistema de ventilação forçada. Curiosamente, o desempenho dessa versão era superior às luxuosas, com velocidade máxima de 163km/h, contra 150km/h das “chiques”. O Galaxie Standard foi comercializado até 1972. Como não foram vendidas muitas unidades, esse modelo é considerado raro.
TOPO Em 1971, a Ford também radicalizou em sua versão topo de linha. Agora denominada LTD Landau, a versão tinha o vidro traseiro menor (para dar mais privacidade a seus ilustres passageiros), rodas raiadas, capota em vinil, bancos em couro ou cetim, câmbio manual ou automático e servofreio. A essa altura, o motor 4.8 litros já era de série para toda linha. No mesmo ano, o modelo também recebeu leves modificações na grade e nas lanternas (com três gomos verticais, conhecidas como catedral).
O modelo 1973 foi remodelado. A dianteira manteve os mesmos faróis (duplos verticais), mas com novo capô. O LTD Landau trazia a grade bem destacada no centro da dianteira, com listas verticais, inspirado no Lincoln Continental. A grade do 500 tinha linhas horizontais com uma saliência central acompanhando o desenho do capô. A traseira foi redesenhada, ganhando lanternas menores. Além das mudanças estéticas, a nova linha Galaxie tinha opção de freios a disco na dianteira.
NOVIDADES Mas a maior mudança veio no fim de 1975, com a adoção de dois pares de faróis circulares na horizontal e luzes de direção nas extremidades. A LTD Landau tinha grade com barras verticais e faróis emoldurados, enquanto o 500 tinha os faróis embutidos na grade, com filetes horizontais. Cada lanterna era formada por três retângulos. O sedã aumentou de 5,33m de comprimento para 5,41m. Novidades também embaixo do capô: um novo V8 importado, com 4.949cm³ de cilindrada, 199cv de potência e 39.8kgfm de torque. Havia opção de câmbio manual e automático.
No ano seguinte, foram três versões para o Galaxie: a tradicional 500, de entrada; a LTD, intermediária; e a topo de linha, Landau, a única com vidro traseiro pequeno. Em 1979, o motor foi aperfeiçoado pelo Departamento de Engenharia Mecânica da Ford nos Estados Unidos. A fábrica passou a oferecer a opção do modelo movido a álcool, o primeiro no mundo em um V8. Ainda no mesmo ano, a versão 500 deixou de ser comercializada. Em 1981, a LTD também saiu de linha. O Landau ainda sobreviveu por dois anos.
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