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Antigos do Brasil - Na medida do prazer

Com pouco mais de 10 anos de história, Dodge Dart deixou sua marca pelo desempenho e estilo esportivos. Lendária versão Charger R/T de 215cv brutos alcançava os 190km/h

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A Chrysler começou a fabricar automóveis no Brasil quando adquiriu o controle da Simca, em 1967, produzindo por dois anos veículos como o Esplanada e o esportivo GTX. Depois disso, a empresa resolveu renovar a linha, adotando modelos da Dodge, uma subsidiária da marca. O Dodge Dart foi lançado em 1969. Como de costume, a primeira carrocerian escolhida para o modelo foi a de um sedã de quatro portas. Como bom americano, o Dart tinha dimensões generosas: 4,96m de comprimento, 2,82m de entre-eixos e 1,5 tonelada.

Apesar de grandalhão, o espaço interno não era dos melhores. O acabamento do carrão deixava muito a desejar. A decisão, talvez, tenha sido tomada para deixá-lo mais barato do que o Ford Galaxie. Mas, além das linhas esportivas, o
que mais se destacava era o desempenho. O V8 adotado, com 5.212cm³ de
cilindrada, câmbio de três marchas, 198cv brutos de potência e torque
de 41,5kgfm, levava o veículo a velocidades acima dos 170km/h. Se por
um lado a suspensão dura prejudicava o conforto, a estabilidade agradecia. O uso inicial de freios a tambor não era a melhor das ideias.

CHARGER Em 1970, a Chrysler lançou a carroceria cupê, com duas portas e sem a coluna central. Esse ano também marcou a chegada da versão esportiva Charger. O lendário Charger R/T era um cupê que esbanjava esportividade, com faixas pretas, teto de vinil, coluna traseira
alongada, escapamento duplo, rodas tala larga e os característicos
faróis camuflados atrás da grade. O interior trazia bancos dianteiros
individuais, câmbio manual de quatro marchas com alavanca no assoalho,
conta-giros e direção hidráulica.

O motor era o mesmo V8, com taxa de compressão maior, que aumentava a potência para 215cv e 42,9kgfm de torque. O R/T alcançava incríveis 190km/h. Essa versão trazia os freios dianteiros a disco. O Charger também tinha uma versão mais comportada, com 205cv, que mesclava luxo e esportividade. O motor era o mesmo e o câmbio de três marchas. Como opcionais, o Charger podia ter câmbio automático, ar-condicionado, direção-hidráulica e vários opcionais do R/T.

DESPOJADO Para 1972, a Chrysler preparou mais duas versões do Dart. O SE era um cupê despojado (leia-se mais barato), com apelo esportivo. Para isso, os frisos foram retirados e no lugar deles pintura na cor preto fosco. Até a luz de ré foi poupada. Mas, visualmente, o resultado foi excelente. A outra novidade era o Gran Sedan, versão topo de linha que trazia pneus com faixas brancas, calotas integrais e teto de vinil. Por dentro o
acabamento era luxuoso e dava direito até a painel com apliques imitando madeira.

No ano seguinte, a linha passou por mudanças estéticas envolvendo faróis, lanternas, grade e painel. O Charger passou a ter faróis duplos, que continuaram escondidos atrás da grade. Em 1974, chegaram ao mercado as novas versões Gran Coupé e Gran Sedan, que tinham a mesma frente do Charger, porém com acabamento mais sóbrio. Dois anos depois, o Dart SE, o Gran Coupé e o Charger LS (denominação da versão comportada do Charger R/T) deixaram de ser fabricados. Em 1978, o Gran Sedan também “subiu no telhado”.

MUTANTE Em 1979, a linha Dart passou por modificação radical. As novas frente e traseira eram feitas em plástico e fibra de vidro. O destaque era a frente, com um bico, novos faróis, capô, grade, para-choque e
lanternas. Naquele ano, também foram apresentadas duas novas versões, o
cupê Magnum e o sedã Le Baron, ambas topo de linha. O R/T, já completamente descaracterizado, deixou o mercado em 1980, pouco depois
de a Volkswagen ter adquirido a empresa. No ano seguinte foi decretado
o fim de toda a linha Dart.

Lançado em 1974, o Dart Gran Sedan tinha acabamento mais sóbrio




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