Depois de encerrar a produção da linha Aero (da incorporada Willys), em 1971, a Ford do Brasil se viu sem um representante entre o Corcel e o Galaxie. O escolhido foi o Maverick, apresentado no Salão do Automóvel de 1972. Bem aos moldes do modelo americano, que naquele país foi lançado em 1969 como um compacto, o Maverick que chegou ao mercado brasileiro em meados de 1973 foi o cupê de duas portas, com capô longo, traseira curta e a queda do teto em estilo fastback.
Além das linhas de um autêntico pony car, assim como nos Estados Unidos, a Ford do Brasil adotou motores de seis e oito cilindros. Mas por aqui a vida do modelo não foi fácil. O motor usado nas versões Luxo e Super Luxo era o 3.0 litros de seis cilindros, antes usado no Willys Itamaraty, devidamente reprojetado. O desempenho do modelo, com 112cv brutos e 22,6kgfm de torque, era insuficiente e o consumo de combustível, elevado. O câmbio de quatro marchas tinha alavanca na coluna de direção.
Já na versão GT o motor era um V8, de 5.0 litros, importado do Canadá, também usado no Landau. Este sim tinha performance que agradava, com potência bruta de 199cv e torque de 39,5kgfm. Em relação ao seis cilindros, o GT era pouco mais pesado, 1.394 quilos, contra 1.340kg do outro. Por dentro, a versão nervosa trazia bancos dianteiros individuais e conta-giros no painel. Por fora, o GT tinha faixas pretas no capô e laterais, faróis auxiliares e travas no capô. Para o motor V8 havia opção de câmbio automático de três marchas.
FAMILIAR Como o cupê não era a melhor opção para a família, já que o banco traseiro não acomodava bem seus ocupantes, pouco depois foi lançada a carroceria sedã de quatro portas. O entre-eixos era bem maior, 2,79m, contra 2,61m do cupê. Enquanto o sedã media 4,71m de comprimento, o cupê tinha 15 centímetros a menos. O três volumes tinha disponíveis os mesmos motores.
CRISE Como o lançamento do Maverick no Brasil coincidiu com um período de forte alta no preço do combustível, fruto de uma crise do petróleo, a Ford se viu obrigada a desenvolver um motor mais econômico. Em 1975, a gama ganhou mais uma opção, um quatro cilindros de 2.3 litros. Com 99cv brutos e 16,9kgfm, o motor era bem mais moderno e econômico, mas o desempenho não era dos melhores. Para os que se queixavam do interior muito simples, a Ford também deu um tapinha no acabamento interno.
Em 1977, ano em que o Maverick deixou de ser fabricado nos Estados Unidos, o modelo recebeu discretas mudanças estéticas, como novas lanterna e grade. A versão GT perdeu as travas do capô, mas recebeu duas entradas de ar falsas, ficando com visual mais agressivo. Mas a esportividade estava mais para a estética, já que o GT podia ser equipado com o motor mais manso de quatro cilindros. A produção do modelo se estendeu até 1979, quando a Ford passou o posto de médio para o Corcel II.
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