Foi no Salão do Automóvel de 1968, há 50 anos, que a Chevrolet apresentou seu primeiro carro de passeio a ser vendido no Brasil. Até então, a marca americana só comercializava por aqui veículos utilitários. No decorrer do projeto, identificado internamente como 676, ficou decidido que o modelo seria baseado no Opel Rekord, que na Europa tinha carrocerias sedã, cupê e perua.
O modelo chegou ao mercado no mesmo ano, inicialmente apenas com carroceria sedã de quatro portas, encontrada nas versões Luxo e Standard. O resultado não poderia ter ficado melhor. A frente trazia uma grade de linhas horizontais cromadas com os faróis circulares embutidos. Nas laterais, o cromado das calotas também se destacava, assim como a sensual linha de cintura. As pequenas lanternas e o para-choque delgado, que na versão luxo ainda trazia luzes de ré e uma faixa em outra cor, formavam a traseira elegante. O toque de mestre estava no sobressalto presente nas quatro quinas do sedã.
Por dentro o modelo trazia bancos inteiriços e a alavanca de câmbio na coluna de direção. O comprador podia escolher entre duas motorizações: um quatro cilindros com 2.509cm³ de cilindrada e 80cv de potência; ou o seis cilindros em linha com 3.764cm³ e 125cv. O câmbio era de três marchas e a tração traseira. Os freios eram a tambor.
SS A lendária versão esportiva SS chegou ao mercado em 1970 ostentando faixas pretas no capô, laterais e painel traseiro, além de rodas esportivas. O motor 3.8 foi retrabalhado e agora tinha capacidade de 4.097cm³ de cilindrada. O SS tinha 140cv e câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho. Naturalmente os bancos dianteiros eram individuais, daí a sigla SS (Separate Seats). Como o charme é companheiro inseparável da dúvida, a sigla também é popularmente entendida como “Super Sport”. Detalhe bizarro para a época eram as quatro portas em um modelo esportivo.
Nesse mesmo ano a linha Opala ganhou novo desenho da grade. Outra novidade era a versão Gran Luxo, que tinha teto em vinil (opcional nas outras) e acabamento interno caprichado. O motor era de 4.1 litros com câmbio de três marchas, mas também havia opção do propulsor de 4 cilindros. As versões de entrada e intermediária ainda usavam os motores 2.5 ou 3.8.
CUPÊ Com a chegada da carroceria cupê, em 1971, a família cresceu. Com duas portas, o novo modelo estava mais para um fastback. Mas isso não importava, o carro era bonito e tinha esportividade. Chamava atenção a ausência da coluna B, que deixava o modelo com jeitão de conversível. Aos poucos todas as versões de acabamento do sedã eram oferecidas também no cupê. Porém, agora o SS era oferecido apenas na carroceria cupê. A essa altura o motor 3.8 havia sido definitivamente substituído pelo 4.1.
Com os passar dos anos, o Opala recebeu alterações estéticas e avanços tecnológicos. Em 1973, a frente ganhou nova grade e as setas foram deslocadas para as quinas. Atrás, as luzes de ré foram para o lado das lanternas. Os modelos com motor de seis cilindros receberam freios a disco na dianteira. Os opcionais eram bancos individuais e ar-condicionado. No ano seguinte, o propulsor de 4 cilindros foi retrabalhado e passou a oferecer 94cv. Agora o SS também podia vir com esse motor, mas com carburador de corpo duplo que rendia 98cv. Em 1974 o câmbio automático de três marchas estava disponível como opcional.
CARAVAN Em 1975 o Opala passou pela primeira reestilização mais profunda. A frente recebeu nova grade, para-choque e ligeiras alterações nos faróis. Já a traseira ganhou dois pares de lanternas circulares. A família Opala agora contava com uma perua, a Caravan, que tinha a opção de motores de 4 e 6 cilindros. Outra bizarrice é a Caravan nunca ter tipo opção de quatro portas, o que traria praticidade para a perua. A versão de luxo agora era chamada de Comodoro, e estava disponível somente com o motor de 6 cilindros. Para atender aos compradores que queriam um desempenho de esportivo, a GM passou a oferecer em 1976 o motor 250-S, com 153cv, que chegava perto dos 200 km/h.
DIPLOMATA A partir de 1977 o Comodoro passou a ter opção do motor 4 cilindros. No ano seguinte a perua Caravan ganhou as versões SS e Comodoro. Em 1980 o modelo ganhou uma nova reestilização, ficando com linhas retilíneas, grade mais baixa, conjunto óptico retangular e também mais largo. Agora o novo topo de linha era chamado Diplomata, que trazia de série ar-condicionado, direção-hidráulica, toca fitas e motor 6 cilindros. Os opcionais eram teto de vinil, pneus radiais, câmbio automático e o motor 250-S.
Esse ano também foi marcado como o último do SS e a chegada do propulsor de quatro cilindros a álcool. Três anos depois, esse motor passou a usar um câmbio de 5 marchas. Em 1984, finalmente o 6 cilindros passa a ter opção movida a etanol. No ano seguinte o Opala recebe outras mudanças estéticas, novamente na grade e conjunto óptico. A Caravan ganha a versão requintada Diplomata.
FIM Em 1988, em seu aniversário de 20 anos, o Opala ganha nova grade e faróis trapezoidais e opção de câmbio automático de 4 marchas. Um ano depois o mercado se despede da carroceria cupê. Em 1991 o modelo passa pela última reestilização, com nova grade, para-choques, rodas aro 15 e a retirada dos quebra-ventos. Em 1992 o sedã e a perua finalmente saem de linha. Ao todos, foram produzidas 998.444 unidades do Opala. Seu lugar foi ocupado pelo Chevrolet Omega.