UAI

Ator que vive Mister Bean faz sucesso no mundo do automóvel

Publicidade
Foto:

 

  
Quem ficou acostumado aos filmes e séries de Rowan Atkinson pode estranhar ao vê-lo em alguns papéis sérios. Imagine só então a estranheza ao ver o ator que ficou famoso ao interpretar o atabalhoado Mr. Bean ao volante de um superesportivo. Na verdade, Rowan é do tipo que respira gasolina, daqueles ingleses aficionados por estradinhas vicinais e por festivais de velocidade. Nessa hora, as piadas são esquecidas e o ator mostra que entende de automóveis, com um bom gosto que a sua garagem atesta – e a sua fortuna permite.

 

 

 

ENTUSIASTA MESMO O ator destila o seu conhecimento sobre o mundo automotivo em grandes publicações, como as revistas britânicas Car, Evo e Octane, na qual participou de um comparativo entre o McLaren F1 e o Bugatti Veyron. Pesquisando, vemos que a paixão começou cedo, já nos anos 1980, quando o ator começou a fazer sucesso. O envolvimento com supercarros se tornou indecente mesmo nos anos 1990. É que em 1990 o astro estreou a série Mr. Bean. E se durante o programa o ator se via sempre ao volante de um Austin Mini verdugo, os gostos se tornaram um pouco mais apurados. Não que ele tenha abandonado o modelo que estrelou a série e filmes com ele: foi ao volante do Mini que ele correu no Festival de Velocidade de Goodwood de 2009, na Inglaterra.

  


BAIRRISMO MOTORIZADO Alguns ingleses têm a certeza de que os melhores carros do mundo foram produzidos por lá. Deixando de lado alguns modelos mais problemáticos, Rowan é do tipo que desfia essa paixão. E não escolhe mal: entre os bólidos, os da Aston Martin são figurinhas fáceis. Ficou famoso um V8 Zagato dos anos 1980 comprado em 1998 que ele preparou dentro das especificações do próprio fabricante e colocou o motor V8 5.3 litros para gerar singelos 489cv. A paixão pelo modelo já havia sido exibida em Questão de tamanho, de 1989, quando o carro aparece como coadjuvante, antes de se tornar um monstro de pista. Foi leiloado em 2008 por 122.500 libras esterlinas, quase R$ 400 mil, mas estão pedindo atualmente 350 mil libras, mais de R$ 1,1 milhão pelo cupê que vem com carro de apoio. Vale pela graça.

  

PORSCHE NÂO Falando em carros manhosos, os Porsches nunca tiveram lugar na vida de Atkinson. Talvez pelo fato de ele não se identificar com os britânicos que têm o modelo. O fato é que o esportivo clássico de motor de popa jamais teve graça na cabeça do piadista. Em uma cena do documentário The driven man, Atkinson ainda desfaz de um Ford Sierra, além de fazer um ruído de desgosto ao se sentar num aristocrático Range Rover. Um verdadeiro bullying automotivo.

  

BARBEIRO? Se o Mister Bean não se destacava como motorista – ao menos não positivamente –, o ator destilou a sua obsessão por carros nas telas. Aliás, em uma produção voltada justamente ao tema, o documentário The driven man, de 1991. Como o título original (o homem dirigido) indica, o documentário explora a ligação entre ele e os possantes, com direito a cenas no divã. Sem falar em muita ação, especialmente atrás do volante de um francesinho bem atrevido: o Renault 5 Turbo. Com o nervoso hot hatch, Atkinson mostra que não foi só o pequeno Mini Cooper que conquistou seu coração.

  

SÓSIAS NO SALÃO A ligação de Rowen com o clássico da Austin foi explorado até por outra marca. A chinesa Lifan contratou um sósia para promover seu 320 no Salão do Automóvel de 2010. Está certo, o compacto chinês não é o Mini Cooper, mas até aí o sósia também não é o Mister Bean. O que não impediu o oportunismo, ainda que tenha sido considerado humor involuntário na sua última escala.

  


HAJA RISADAS A obsessão por supercarros se tornou famosa após um acidente em 1999, quando seu raro McLaren F1 (de mais de US$ 1 milhão) bateu de frente contra um Austin Metro (pelo menos não foi um Mini). No ano passado, em outro acidente, Rowan completou o serviço destruindo a traseira ao ponto de arrancar o motor. O jeito atrapalhado de Bean até influenciou algumas notas que ligaram os acidentes do McLaren ao estilo pouco ortodoxo de dirigir do personagem. Mas a piada tem explicação: cria de uma era sem controles eletrônicos, o F1 tem 627cv e reações agudas e chegou a ser o carro mais rápido do mundo, chegando perto dos 390km/h. Ou seja, não precisa fazer muita graça para tudo acabar em prantos.

  

AUSTIN SEMPRE Se Bean dirigia um Austin Mini nas telas, Atkinson também tinha sua ligação particular com os modelos da marca. O ator aprendeu a dirigir ainda adolescente, guiando um trator na fazenda da família. Mas o primeiro carro que guiou foi o Morris Minor que pertencia a sua mãe e foi abandonado na propriedade rural. Criado pelo mesmo Alec Issigonis do Mini, o Minor foi se tornando uma carreteira aos poucos: é que o futuro ator achava que ficaria mais agressivo assim. Mesmo após tanto treino, Rowan teve que fazer o exame de direção três vezes. Motivo? Não prestava a devida atenção aos outros na rua, desviando de carros e pessoas como se fossem “ovelhas no campo”, nas palavras dele. E olhe que logo depois resolveu tirar até licença para dirigir caminhões.

  


HAJA BRAÇO Não que Rowan tenha que provar que é mesmo bom de volante. Na verdade, o astro corre em categorias monomarcas e de clássicos. È fácil flagrá-lo ao volante de clássicos como o Aston Martin DB2. Mas a prova cabal também veio pela televisão: Rowan foi um dos convidados do programa inglês Top Gear, onde participou em 2011 do quadro “Estrela em um carro de preço razoável”, em que dirigiu um Kia Cee’d (primo do Hyundai i30) na pista de testes do programa. Embora estivesse com cara de preocupado no estúdio, ele bateu o recorde.

  


VÍCIO CONFESSO O ator britânico afirma que notou que tinha um sério problema com carros quando comprou um grandalhão Mercedes-Benz 600 Pullman. A limusine o atraiu graças ao sistema pneumático usado para acionar todos seus penduricalhos. Não apenas pela engenhosidade, mas também pelo barulho de ar pressurizado emitido ao acionar os comandos. Pois é, parece que a coisa não tem cura.