Hoje em dia, quem procura espaço interno generoso, comodidade e tecnologia embarcada está optando pelos SUVs. Os utilitários esportivos são os queridinhos do momento não só no Brasil, mas no mundo todo. Mesmo com essa onda de modelos altos, os sedãs ainda têm vez, principalmente os executivos, como o Volkswagen Passat. O alemão consegue unir conforto e esportividade como poucos e vai muito além de um veículo premium. Testamos a versão Highline, com preço sugerido de R$ 177,4 mil.
Lógico que, como um bom sedã, o forte do Passat não é o design, mesmo assim ele não faz feio. Os três volumes são bem característicos. As linhas retilíneas dão um ar clássico e sóbrio ao modelo. O destaque fica pela dianteira, onde a grade, o conjunto óptico e o capô se alinham perfeitamente e fazem com que o veículo, mesmo grande, seja discreto e não chame muita atenção por onde passa. O interior completa o exterior e mantém o estilo executivo do modelo, com traços retos, sem ser espalhafatoso, tudo está no devido lugar.
Sofisticação de sobra
Mas não espere que o sedã seja simplório por dentro, pelo contrário, ele esbanja sofisticação, principalmente nos materiais e nos equipamentos. O acabamento é perfeito, digno dos veículos premium. Os bancos e as portas são em couro e camurça, o painel, todo em plástico soft touch, ainda conta com detalhes em alumínio e aço escovado. O espaço interno é impressionante de tão grande. Quatro adultos viajam com extrema folga, um quinto já gera um certo aperto, mas nada demais. O porta-malas e seus 586 litros é simplesmente surreal, mostra que área para bagagem é o que não falta.
Na parte dos equipamentos é que o carro mostra toda a capacidade de um premium. O alemão vem com ar-condicionado digital de três zonas (duas na frente e uma atrás), freio de estacionamento elétrico, auxiliar de partida em rampa, abertura das portas e partida sem chave, sistema start/stop, detector de fadiga, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré, bancos dianteiros com ajuste elétrico, aquecedor e apoio lombar com massageador para o motorista, faróis e DRL em LED e paddle shift (troca de marchas no volante).
Além disso, ele vem com central multimídia de oito polegadas, 11 alto-falantes, park assist, piloto automático adaptativo (acelera e freia o veículo automaticamente), assistente de mudança de faixa e painel de instrumentos digital programável, igual ao Virtual Cockpit da Audi. De opcional, apenas o teto solar elétrico panorâmico, no valor de R$ 5,8 mil, e a pintura, que pode ser sólida normal, metálica ou perolizada, varia de R$ 1,8 mil a R$ 2,7 mil.
Ágil, o sedã permite manobras rápidas
Dentro de todos os equipamentos do Passat, o Active Info Display (que é o painel de instrumentos programável) e o piloto automático adaptativo são os mais inovadores. O controle de navegação já não é tão novidade, modelos mais baratos como Audi A3 Sedan, Ford Fusion, Jeep Compass e Volkswagen Golf já contam com o sistema, que é uma verdadeira comodidade. A opção de configurar uma velocidade e não se preocupar de ficar acionando os pedais de freio e acelerador é muito boa. No começo até gera uma certa tensão, mas rapidinho se acostuma e o medo de bater passa. Mesmo assim é sempre bom prestar atenção na via e não deixar o carro “sozinho”.
Já o painel digital configurável é algo menos comum de se ver. No Brasil, além do Passat, só os irmãos Audi A3 Sedan (que ganhou a opção este ano), o esportivo TT e o SUV Q7 que contam com a opção. O grande diferencial não é personalizar, mas sim poder visualizar o GPS no painel. Com isso, o motorista não precisa virar a cabeça para olhar a tela da central para poder conferir o navegador, bem ao alcance da vista. Mas nem tudo é perfeito, o velocímetro digital ficou mal posicionado, pequeno e de difícil visualização, principalmente quando o mapa está aberto. Ele poderia ter ficado maior ou em uma posição mais central.
Pegada esportiva
Se tem uma coisa que consegue chamar mais atenção do que os equipamentos e o espaço interno do Passat é o conjunto mecânico. O alemão conta com um motor 2.0 turbo de 220 cavalos e 35,7kgfm de torque, direção elétrica, suspensão independente na dianteira e na traseira e câmbio automatizado DSG de dupla embreagem de seis velocidades. Na condução, o motorista simplesmente esquece que está guiando um sedã de 4,4 metros e 1.499kg, tão ágil ele é. O volante de base achatada também ajuda na impressão.
A pegada do Passat é totalmente esportiva. Não existe manobra que ele não faça com facilidade. O mais leve toque no acelerador faz que o sedã dispare pelo asfalto. É simplesmente surpreendente a destreza dele no trânsito. Acelerações, ultrapassagens, saídas e retomadas de velocidade são feitas sem o menor esforço. O alemão passa a sensação de que ele foi feito para isso, para você sair guiando sem a menor das preocupações.
A suspensão é outro ponto alto do modelo, ela absorve muito bem as irregularidades do asfalto, nenhum solavanco é repassado para os ocupantes. A transmissão, por ser automatizada de dupla embreagem, não dá nenhum tranco, as trocas são feitas de forma bem suave, e alia conforto com esportividade. E, mesmo deixando o giro subir na casa das 5.000rpm, ele não urra de forma a incomodar. Outro detalhe é o consumo, durante o teste, e mesmo com tocadas mais agressivas, ele marcou 9,5km/l na cidade — apesar de não ser o foco dele —, é muito bom para o tamanho, peso e potência do modelo.
Ficha técnica
Motores: 2.0 de 220cv a 4.500rpm e 35,7torque de kgfm a 1.500rpm
Dimensões: 4.767mm de comprimento; 1.832mm de largura; 1.476mm de altura e 2.791mm de entre-eixos;
Transmissão: automatizada
de dupla embreagem de
6 velocidades
Direção: elétrica
Porta-malas: 586 litros
Suspensão: Independente na dianteira e na traseira
Pneus: 235/45 R 18
Freios: a disco nas quatro rodas
Consumo: 9,5km/l
Preço: R$ 177,4 mil