Os 65 aeroportos atendidos pela aviação regular acolheram os passageiros de 3.590 municípios, considerados como origem e destino de cerca de 200 milhões de viagens realizadas em 2014. Minas Gerais contribuiu com cinco aeroportos. Os passageiros que transitaram pelos aeroportos de Belo Horizonte, Confins, Uberlândia, Uberaba e Montes Claros participaram da pesquisa, que foi realizada em quatro momentos, para discriminar a sazonalidade.
As entrevistas que ocorreram entre janeiro e fevereiro visavam a movimentação no período de férias. As que ocorreram entre março e abril tinham por objetivo conhecer as movimentações relativas às viagens a negócio. E as entre maio e agosto foram consideradas como de um mês típico.
De acordo com o estudo, 252 municípios operariam novas rotas com 50% de ocupação das aeronaves; 172 cidades implantariam novos trechos aéreos com cerca de 70% dos assentos ocupados e 144 destinos receberiam rotas com aproximadamente 85% de lotação nos aviões.
A nível nacional, para os usuários consultados, a seleção do aeroporto de embarque está concentrada devido às seguintes causas: companhia aérea preferida opera naquele aeroporto (0,8%); é a única opção (45,4%); é o aeroporto com melhor opção de data/horário (1,8%); é o aeroporto com voo direto para o destino (11,1%); é o aeroporto que oferece melhor preço de passagem (3,6%); é o aeroporto mais próximo da origem (26,0%); e é o aeroporto de acesso mais barato (1,8%).
Ainda a nível nacional, para os consultados, a seleção do aeroporto de desembarque está concentrada pelas seguintes causas: é o aeroporto com voo direto para o destino (10,8%); é a única opção (38,2%); é o aeroporto mais próximo do destino final (38,0%); o acesso ao aeroporto é o mais barato (1,7%); é o aeroporto com melhor opção de data/horário (1,2%); companhia aérea preferida opera naquele aeroporto (0,7%); e é o aeroporto que oferece melhor preço de passagem (1,8%).
Vê-se que tanto na seleção do aeroporto de embarque como na do desembarque o item “é a única opção” detém maiores percentuais. Esta é a pista para o desenvolvimento de projetos realistas para a aviação regional.
A pesquisa levantou 144 municípios com mercado potencial para gerar um movimento anual de passageiros superior a 65 mil por ano, sendo que em Minas Gerais 13 municípios apresentam esse potencial. Levantou, também, aqueles municípios capazes de gerar uma demanda de até dois movimentos diários de uma aeronave com 144 assentos, com um índice de ocupação de 85%, 70% e 50%, todos os dias.
Entre os municípios mineiros destacados, merecem uma análise mais fina para receber obras de infraestrutura e ser incluídos numa malha aérea os aeroportos/aeródromos de Conselheiro Lafaiete, Ipatinga, Juiz de Fora e Sete Lagoas. Estes apresentam um potencial de geração de demanda de até 120 passageiros por dia. Naturalmente, são aeroportos que atenderão uma microrregião.
Entre os municípios que têm um potencial de gerar até 100 passageiros por dia, a pesquisa listou os que estão próximos de uma infraestrutura aeroportuária instalada. Com capacidade para a geração de até 70 passageiros por dia, merecem uma análise mais apurada os municípios de Itaúna, Lavras, Poços de Caldas e Varginha. O espalhamento dos municípios passíveis de aprofundamento dos conhecimentos de demanda e operacionais dará uma cobertura aérea maior a um estado da dimensão de Minas Gerais.
Os dados apresentados na pesquisa destacaram os municípios com potencial de geração de demanda sem levar em consideração as condições locais que possam afetar o desempenho das aeronaves. É o caso do município de Poços de Caldas, que, devido a sua altitude, tem sido descartado pelos operadores. O município pode ter o potencial de gerar uma demanda de 80 passageiros por dia, mas a aeronave com o peso correspondente ao combustível, aos passageiros e à carga pode não ter condições de decolagem com o melhor carregamento, por motivos de altitude.
Em Minas Gerais, a pesquisa ocorreu em seus cinco principais aeroportos. Dois na Grande BH, dois no Triângulo Mineiro e um no Norte do estado. Ficou uma enorme área em descoberto. Cabendo o espalhamento já citado. Uma análise seguindo a mesma metodologia da pesquisa nacional, a nível estadual dos aeroportos já atendidos pela aviação regional, daria subsídios mais consistentes para ampliar a malha aérea no estado.
Conhecidos os seus potenciais de geração de demanda e conhecidas as suas ligações mais usuais, têm-se a base para a seleção de rotas e aviões adequados, fugindo do empirismo que já resultou em iniciativas fracassadas.
VEJA O HOTSITE DA PESQUISA
Birutinhas
R$ 57 BILHÕES Este é o montante estimado pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) para melhorar a infraestrutura dos aeroportos brasileiros até 2020, sendo que R$ 24 bilhões seriam destinados à expansão dos maiores terminais. Esta é uma visão de cinco anos à frente que, se comparada com a lambança de um gasto adicional sem lastro de R$ 120 bilhões por parte do governo federal, dá uma ideia do tamanho da irresponsabilidade.
OMC No segmento da indústria aeronáutica, com muita frequência, a Organização Mundial do Comércio é acionada pela concessão de subsídios governamentais para o desenvolvimento de produtos. Há muito choro, mas os subsídios estão sempre presentes. Atualmente, o governo canadense está subsidiando o projeto C Series, da Bombardier. É o caso de “quem pode mais, chora menos”.
REFLEXO O reflexo do desgoverno na área da aviação comercial ganha destaque quando se anuncia que o Brasil é o único país latino que experimentará uma redução da oferta de assentos no corrente ano. Os empresários do setor estão pessimistas e acreditam que nos meses que faltam para o encerramento deste ano e no ano que vem o cenário será de uma retração maior.
CORREÇÃO Um problema muito comum na aquisição de passagens aéreas pela internet se concentra na grafia dos nomes. Houve um período em que as empresas aéreas eram inflexíveis e muitos problemas surgiam no momento do check-in. Esse problema deixou de existir faz dois anos e as empresas aéreas são obrigadas a aceitar as correções, quando solicitadas a tempo.
AW 319 A CAE e a Líder anunciam um novo programa de treinamento para pilotos de helicóptero. O programa será aplicado em um simulador de voo completo, baseado em um pacote de dados aprovado pela AgustaWestland. O programa, para atender aos pilotos do helicóptero Agusta 319, complementa os já existentes simuladores para Sikorsky S-76 e S-92, oferecidos pelo centro de treinamento de São Paulo.