Luiz Felipe Scolari e seus comandados já têm uma aeronave personalizada para participar da Copa do Mundo no Brasil. E o Boeing 737-800 da Gol inova com uma pintura inédita em relação aos outros aviões que já levaram a Seleção Brasileira nos mundiais. A arte de 2014 ficou por conta dos grafiteiros paulistas Otávio e Gustavo Pandolfo, conhecidos internacionalmente como "Os Gemeos".
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A fuselagem do avião recebeu uma pintura com diversas faces e corpos gigantes, também aplicados nas turbinas, leme e até no trem de pouso. Os desenhos apresentam personagens de diversas cores e raças, destacando a diversidade brasileira. Na porta dianteira, há aplicação do escudo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as cinco estrelas dos títulos mundiais. Até então, os aviões que levavam os jogadores ostentavam pintura com referências a bandeira nacional.
“Criamos esse trabalho pensando nos usuários. Pintamos a aeronave para quem está no aeroporto, para quem trabalha dentro dela, para o rapaz que está fazendo uma ponte aérea para ver a namorada, o outro que vai resolver um trabalho, a menina que vai ver a família”, explica Gustavo Pandolfo. Por contrato, a aeronave vai ficar com esta pintura exótica por dois anos.
O interior do aparelho, por entanto, não recebeu nenhuma alteração estética. A versão 800 do 737, contudo, oferece a possibiliade de mudar a cor da iluminação do teto do salão de passageiro. O avião pode levar até 177 passageiros, além de piloto, co-piloto e mais quatro comissários de bordo. A cada voo do Brasil, uma equipe diferente será escalada. Quando não estiver cedido à Seleção Brasileira, será utilizado em voos comerciais de rotina. O voo inaugural aconteceu nessa terça-feira, entre Belo Horizonte e São Paulo.
Segundo o diretor de manutenção da empresa, Alberto Correnti, o processo de preparação da aeronave durou aproximadamente 10 dias. As sete primeiras fileiras, na disposição 3%2b3, são do padrão de conforto mais alto da companhia, com distância entre os assentos maior que de 80 centímetros, com reclinação de sete polegadas, quatro a mais do que um avião de classe econômica convencional. “Para mim, foi uma satisfação dupla preparar esta aeronave. É um desafio profissional e uma alegria como torcedor brasileiro. Agora estou ainda mais na corrente pelo hexa, e com a consciência tranquila, porque a minha parte eu já fiz”, diverte-se o engenheiro.
No passado
Em maio de 2013 a Gol assinou contrato com a CBF como transportadora oficial da Seleção. Para a Copa das Confederações, no lugar do padrão branco na fuselagem, a aeronave recebeu as cores da Seleção (verde, amarelo e azul), além do brasão da CBF e as cinco estrelas que representam o penta!
Para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, a TAM escolheu um de seus Airbus A330 para transportar a equipe. O avião também havia sido personalizado e assim permaneceu até 2012.
A companhia estava em um processo de transição de sua marca para o novo logotipo. Com a desclassificação do Brasil, a companhia resolveu buscar a seleção na África no modo mais discreto possível, usando um A330 ainda com a marca antiga da companhia, talvez na tentativa de não aliar sua marca com a seleção que desapontou os brasileiros.
Em 2006, o modelo utilizado foi um MD11 da Varig, que na época da Copa na Alemanha estava no início de uma crise que terminou com a falência da empresa. Na Copa anterior, a de 2002, na Ásia, a Seleção foi transportada pelo Boeing 767-300, que trouxe o time do Penta diretamente do Japão.
Quando o Brasil foi tentar buscar o Penta na França, em 1998, a Varig disponibilizou um de seus MD-11 e a seleção do Tetra viajou para os Estados Unidos em 1994 em um DC10. Todos os aviões sempre com esquema especial de pintura. Quem não se lembra de Romário na janela da cabine de comando agitando orgulhosamente a bandeira brasileira?