No início, a ideia de conjugar o conceito de um 4X4 com o luxo de um sedã causou estranheza. Depois, quando a visão de um utilitário esportivo já não surpreendia ninguém, esses grandalhões começaram a se tornar esportivos, abandonando a veia fora-de-estrada. Uma tendência que a Brabus, tradicional preparadora de modelos da Mercedes-Benz extrapolou ao embutir um V12 sob o capô anguloso de um GLK. O objetivo? Criar o SUV mais rápido do mundo. A criação foi apresentada hoje, no dia de imprensa do Salão de Dubai, que vai até o dia 20 próximo. O propulsor de doze cilindros, antes restritos aos espaçosos cofres de motor do Classe S e SL, teve a capacidade cúbica aumentada de 5.5 litros para 6.3 litros. Somada à expansão, foram acrescentados um sistema de exaustão em aço inoxidável – que deixa o “motorzão” respirar mais livremente – e dois turbocompressores com intercoolers, que juntos conseguem elevar o rendimento até os 760 cv de potência a 5.500 rpm, com extraordinários 137,6 kgfm de torque a apenas 2.100 rpm.
É tanta força que o torque tem um limitador eletrônico, que o rebaixa para ainda expressivos 112,1 kgfm a mesma rotação. Caso contrário, a transmissão automática de cinco marchas não daria conta do recado. Se no Brabus SV12 R Biturbo 750, um Classe S modificado, esse mesmo motor era capaz de levá-lo aos 340 km/h, no utilitário ele não faz feio. Foram nada menos do que 322.3 km/h de velocidade máxima, atingida na pista de testes de Nardò, na Itália. No zero a 100 km/h o GLK V12 leva apenas 4,2 segundos. Para partir da imobilidade e chegar aos 200 km/h, são necessários 12,8 s, de acordo com a Brabus.
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Quer levar esse GLK V12 para uma excursão esportiva fora do asfalto? Esqueça. O carro deixou de lado a tração integral 4Matic e adotou a tração traseira, com diferencial de deslizamento limitado bloqueado a 40% - pode transmitir até 40% a mais de força para uma das rodas quando necessário, com em curvas. As suspensões são mecânicas e podem ser reguladas em altura de rodagem, amortecimento e retorno.
Além do objetivo de criar alguns dos carros mais rápidos de cada classe, a Brabus seguiu a risca outra obsessão: a de redesenhar o carro com o objetivo de torná-lo ainda mais agressivo. A parte dianteira ganhou um novo para-choque, com entradas de ar superdesenolvidas para ventilar melhor os radiadores e os freios. Além disso, um spoiler em fibra de carbono também foi acrescentado, para diminuir a tendência a “levantar” a frente em velocidades acima de 300 km/h. A grade, com duas grossas barras horizontais, deixou de lado a estrela de três pontas, enquanto o capô ganhou aletas de ventilação longitudinais.
Os para-lamas foram alargados e junto com as saídas de ar nas peças dianteiras e às saias laterais, deram um ar de carro de pista ao modelo, que ficou 5 centímetros mais largo. O para-choque traseiro emoldura as quatro saídas de escapamento, enquanto o aerofólio sobre o vidro ajuda a manter o carro no chão, além de auxiliar a estabilidade direcional. As rodas aro 22 calçadas em largos pneus 285/25 chamam a atenção tanto pelo desenho exclusivo quanto pela cor preta, que incrementa o visual “dark” do GLK V12.
Como é tradição na Brabus, o interior recebeu uma dose extra de luxo, com muito couro especial costurado a mão nas portas e painel, além de soleiras das portas com iluminação embutida, que é acionada ao se abrir o carro. Os instrumentos colaboram para a sensação furiosa despertada pelo motor, com iluminação vermelha e velocímetro com escala até os 330 km/h. Os bancos dianteiros em concha com encostos integrados contam com telas de LCD de sete polegadas em suas costas, acopladas a um DVD. O preço de toda essa extravagância? Apenas 397 mil euros, cerca de R$ 1 milhão. Uma pechincha para Dubai.