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Brasil pode romper acordo de importação de automóveis com o México

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Importado do México, sedã Volkswagen Jetta pode sofrer reajuste no preço


O Governo Brasileiro confirmou que está em discussão a alternativa de romper o acordo de importação de automóveis com o México. A medida seria uma resposta a falta de competitividade dos carros nacionais que são destinados ao país. Reportagem do Vrum procurou a Secretaria de Comércio Exterior que confirmou que o assunto está em pauta. No entanto, ainda sem definição.

A grande maioria dos automóveis trazidos para o mercado brasileiro é importada da Argentina ou do México em volume de importação. O primeiro país é beneficiado pelo Mercosul, enquanto o segundo depende de um acordo bilateral que isenta de imposto de importação (35%) os automóveis vindos de lá e os exportados pelo Brasil. Se o acordo for rompido, diversos modelos terão os preços reajustados.


A notícia dada pela colunista do jornal Estado de S. Paulo, Sonia Racy, que afirmou nessa terça a noite que o governo brasileiro está prestes a interromper o acordo de importação unilateralmente. O assunto também foi repercutido pelo Blog do Boris.

O motivo seria a falta de competitividade dos carros brasileiros diante da valorização do real em relação ao dólar. Por isso mesmo, o Ministério do Desenvolvimento teria chiado. A questão foi levada pelo governo mexicano à Dilma Rouseff, em visita oficial a Cuba. Ainda assim, segundo o colunista do caderno Vrum, do jornal Estado de Minas, Fernando Calmon, o Brasil leva larga vantagem na troca de veículos com o México em um milhão de unidades nos últimos 10 anos.


Ação irá prejudicar o mercado nacional

Caso se concretize, a ação vai prejudicar fabricantes instalados no Brasil, mas que dependem do acordo para suprir determinadas linhas, a maioria de grande volume. Todos passariam a pagar não apenas os 35% de imposto, como também seriam afetados pelo aumento de 30 pontos no IPI que vale até dezembro de 2012 - podendo ser prorrogado. A Fiat, por exemplo, traz do país o pequeno 500 e o crossover Freemont (tal como o seu irmão gêmeo Dodge Journey). A Nissan apostou nos compactos March e Versa, trazidos exclusivamente do México, tal como os médios Sentra e Tiida.



A Chevrolet traz o Captiva, conterrâneo do Honda CR-V. A Volkswagen tem no Jetta o seu principal importado do mercado e também iria trazer a sétima geração do Golf - que está em sua quarta encarnação no Brasil. A Ford tem o Fusion (que chegará em nova geração) e o New Fiesta hatch e sedã.

Pode ser um duro golpe na estratégia de fabricantes que tinham no México um ponto vital, já que conta também com franco acesso ao mercado norte-americano graças ao NAFTA (North American Free Trade Agreement), ou acordo de livre comércio da América do Norte, do qual faz parte também o Canadá. O fato que a manobra será mais uma forma de proteção da indústria nacional, deixando de lado o consumidor nessa equação. Só que, dessa vez, os grandes fabricantes nacionais sentirão o golpe com mais força.

Procurada pelo VRUM, a secretária de comércio exterior, Tatiana Prazeres, informou que a possibilidade de rompimento do acordo com o México está em discussão no governo brasileiro. “Ainda não há uma definição”. O Itamaraty também confirmou que o assunto está em pauta.