Se dirigir 3 mil quilômetros em um carro novo já é cansativo, imagine fazer o percurso a bordo de uma Kombi. Ou melhor de 10. Essa é a aventura que um grupo de amigos encarou nesta quinta-feira, 31/8. Os fãs da Volkswagen já arrumaram tudo para cruzar as várias rodovias que ligam Brasília à Curitiba. O “combustível” para a aventura é participar do Dia Nacional da Kombi (DNK) – o maior encontro do tipo em toda a América Latina. “Desde o ano passado a gente sonha em fazer essa viagem. Todos os carros passaram por uma revisão completa e estão prontos para pegar estrada. Claro que um carro ou outro vai parar e vamos ter que colocar as mãos na graxa. Por isso, acreditamos que a viagem vai trazer muito mais histórias para contar do que o próprio evento”, diz o publicitário, Marcelo Bressan.

 

“A gente procura manter um regime de velocidade mais baixo, de 90 a 100 quilômetros por hora, para não submeter os carros a um estresse muito grande. Mas caso algum deles quebre, estamos levando ferramentas e até corda. Se não der reparo, deixamos o veículo no posto de gasolina, mais próximo, e vamos embora”, destaca empolgado o Técnico de Campo, Marco Antônio. O empresário, João Santos, dorme e acorda olhando o calendário. “É um barato. Eu aprendi a dirigir em Kombi e é uma paixão. Estamos contando os dias nos dedos”.

 

O evento

“A ideia do DNK surgiu em 2006. Eu percebi que não havia nenhum clube de donos de Kombi. Daí eu procurei mais proprietários e montamos o Kombi Clube de Curitiba. Ficamos extremamente felizes em receber essa turma do Distrito Federal. Isso fortalece o grupo. Tem gente vindo, também, de Roraima, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Argentina, Venezuela, Paraguai e vários outros lugares”, destaca o idealizador do evento, Rebuli Marco Aurélio. 

 

O legado

Kombi vem de Kombinationsfahrzeug (veículo multiuso). Depois de muitos testes e rabiscos, o modelo começou a ser vendido em 8 de março de 1950. Construído em monobloco, com suspensão independente e mecânica confiável, ele saiu das fábricas, ao redor do mundo, entre 1950 e 2013. No Brasil, começou a ser montado pelo Grupo Brasmotor, em 1953. A produção, no país, só começou no dia 2 de setembro de 1957. Ou seja, o “mito brasileiro” completa 60 anos no mês que vem.
Quantas famílias viajaram nos bancos de molas? Quantas mercadorias foram distribuídas em seu gigantesco espaço interno? Apesar de todo o sucesso, o carro saiu de linha, em 2014, por causa da obrigatoriedade dos freios ABS e Air Bags, em 2014.

 O futuro

O sucessor da Kombi que conhecemos, baseado no conceito I.D. Bus, deve ganhar o mundo a partir de 2022. Claro, será bem mais moderno. Ao que tudo indica, terá motor elétrico, tração integral, direção semiautônoma e capacidade para rodar até 430 quilômetros com apenas uma recarga. Viajar num veículo tão Higtech deve ser até legal. Agora, se dará tanto prazer quanto o que o pessoal de Brasília vai ter, nos próximos dias, é outra história.