De São Paulo – O BYD Seal chega ao mercado brasileiro cheio de promessas. Com um preço R$ 296.800, ele quer elevar a dose de tecnologia e de desempenho entre os modelos na faixa dos R$ 300 mil. Equipado com dois motores elétricos, um em cada eixo, o modelo entrega 531cv de potência e 68,3kgfm de torque, além de uma autonomia de 372 quilômetros no padrão PBEV, do Inmetro. Mas será que a novidade é, realmente, tudo isso?

Especificamente quanto ao desempenho, não há dúvida de que a resposta é sim. Inclusive porque, como em todo carro elétrico, o BYD Seal entrega o volume total de torque de maneira imediata. Foi impossível colocar a performance à prova durante o test drive organizado para a imprensa, em meio ao trânsito de São Paulo (SP). Mas, em uma breve estilingada, a impressão é de que o fabricante não mente ao informar um tempo de aceleração até os 100km/h em apenas 3,8 segundos.

O acabamento interno também causou boa impressão: está à altura da faixa de preço do modelo. O habitáculo é sofisticado e bem cuidado, com direito a porções generosas de couro no painel, no console central e nas forrações das portas. E o espaço é generoso, até porque as medidas externas também são graúdas, com 4,8 metros de comprimento e 2,92m de distância entre-eixos. No banco traseiro, o assoalho plano traz comodidade.

Quanto à suspensão, o trajeto do test drive não permitiu atestar se os sistemas do tipo double wishbone na dianteira e fivelink na traseira realmente entregam boa estabilidade. O que deu para constatar é que a calibração é mais firme, mas não chegou a ser desconfortável em lombadas e em algumas irregularidades presentes na pavimentação do trajeto.

Em quê o BYD Seal pode melhorar?

Um ponto que o fabricante deveria corrigir é o teto solar panorâmico sem persiana interna. Por mais que a lâmina de vidro, que é fixa, tenha tratamentos UV, a peça acaba deixando entrar tanto calor quanto luminosidade em demasia. E olha que o contato com o BYD Seal ocorreu durante um dia de inverno, com temperaturas amenas. Dá para imaginar o resultado no verão da Região Nordeste do país.

Porém, a ressalva mais séria vai para a ausência de estepe no porta-malas: no lugar dele, há apenas um kit de reparo. Trata-se de um sistema que funciona bem em países onde as vias são bem conservadas, o que, definitivamente, não é o caso do Brasil. No passado, marcas premium que adotaram essa solução, como BMW e Mercedes-Benz, acabaram desistindo de usá-la.

Por fim, cabe ressaltar que o cupê de quatro portas tem "presença", como se diz popularmente. O BYD Seal é estiloso e chama a atenção, não só pelo porte, mas também pelas linhas harmoniosas da carroceria, ainda que pareça faltar um pouco de identidade ao design dos produtos da marca.

(*) Jornalista viajou a convite da BYD

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