(FolhaNews)
O Tata Nano, conhecido como o "carro mais barato do mundo", não foi projetado para o mercado brasileiro, segundo o presidente da Anfavea, (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider. O modelo foi apresentado no mês passado na Índia com o valor de venda de US$ 2.500 (cerca de R$ 4.400).
Veja mais fotos do Tata Nano!
"O Tata Nano foi projetado para o mercado indiano. Mas esse carro é uma tendência, de novos consumidores chegando à possibilidade de adquirir carros", disse Schneider. "Uma análise mais ampla, independentemente deste carro, aponta que os consumidores que aqui estão respeitam carros com itens de segurança, que têm custo, assim como normas de emissão veicular e carga tributárias diferentes do mercado indiano." Para Schneider, para sair da Índia, o projeto do Tata Nano deverá ser reformulado. "Tudo tem de ser levado em conta na hora de falar de custo. E também a expectativa do consumidor em relação ao produto. Se sair da Índia, tem de sair com outro conceito e já é outro carro. (...) Há que se comparar no mesmo ambiente", argumentou o presidente da Anfavea.
Na ocasião do lançamento do Nano, na Índia, o presidente da montadora, Ratan Tata, disse que o Brasil é um dos mercados que interessam à empresa para comercializar o Nano. Além do país, a companhia considera Argentina, Indonésia, Malásia e países africanos como os mercados "óbvios" para o carro.
A Tata e a Fiat têm um memorando de entendimentos para o estudo da produção conjunta de picapes na Argentina para os mercados latino-americano e europeu e, conforme informou o presidente da montadora indiana, a marca italiana teria preferência em um possível acordo na fabricação do Tata Nano.
A Fiat, por intermédio de sua assessoria de imprensa, informa, no entanto, que "não há nada oficial" em relação à uma parceria para produzir o Tata Nano no Brasil. "Em relação a um acordo de produzir um carro de acesso ou de baixíssimo custo, não há nenhuma iniciativa", informou a imprensa da montadora italiana.
Segundo a imprensa da Fiat, também não há nenhuma definição sobre a fabricação de picapes na Argentina, cujo memorando foi assinado em fevereiro do ano passado e com produção prevista a partir de 2009. Caso o projeto seja confirmado, os modelos terão plataforma Tata e desenvolvimento brasileiro, como design e engenharia.
Na Índia, a Fiat e a Tata têm acordo de distribuição dos modelos italianos no país e intercâmbio de desenvolvimento. Hoje, o carro mais barato do Brasil é justamente o Fiat Mille Fire 1.0, com preço sugerido de venda de R$ 23.180.
Será que o Tata Nano daria certo no Brasil?