Carros voadores sempre sobrevoaram o imaginário popular. Para muitas pessoas, possivelmente, a primeira visão desta cena foi projetada pelo desenho animado Os Jetsons, que foi ao ar pela primeira vez no início da década de 1960, produzido pela Hanna-Barbera.
Ao longo dos anos, muitos já tentaram tornar esta ideia uma realidade, mas voar ainda é caro, burocrático e para poucos. A última iniciativa divulgada para descomplicar e democratizar um meio de transporte voador foi feita pela startup japonesa Sky Drive, e eles pretendem lançar o veículo naquele mercado já em 2023.
Como o projeto ainda se encontra em desenvolvimento, ainda não há um preço final estipulado. Mas a empresa anuncia que o veículo terá preço similar ao de um automóvel. Resta saber se será barato como um Toyota Corolla ou exclusivo como um Rolls-Royce.
O protótipo que realizou o último vôo de teste tripulado foi o SD-03, um monoposto que tem a base de pouso muito semelhante à de um helicóptero, mas sem a cauda. A propulsão é feita por quatro pequenas hélices duplas, semelhante a um drone. No teste realizado em agosto, o veículo voou por aproximadamente quatro minutos.
O ruído produzido pelas hélices do SD-03 é como o de um colossal enxame de abelhas, lembrando muito ao som produzido por um drone, mas provavelmente mais alto. Imagine o quão desagradável seria morar perto de uma avenida aérea cheia desses veículos... Muito diferente do som quase terapêutico produzido pelos carros voadores dos Jetsons, que ainda tinham o benefício de se transformarem em uma maleta, depois de estacionados.
Porém, o veículo-conceito que a startup divulga como o carro voador tem design bem mais futurístico que o protótipo. Suas proporções são de 4 metros de comprimento (como um carro de porte médio), 3,5m de largura (o dobro de um automóvel) e 1,5m de altura. Ou seja, seriam necessárias duas vagas convencionais para estacioná-lo.
O SD-XX terá capacidade para duas pessoas (posicionadas em fila), que ficam dentro de uma escotilha, semelhante à de um caça. A propulsão também é feita por quatro pares de hélices instaladas nas extremidades. O veículo tem quatro rodas pequenas - uma à frente, duas paralelas mais ao centro e uma traseira – que provavelmente poderão rodar nas ruas convencionais. Porém, como ele ocupa duas faixas, só poderá rodar em trechos duplicado.
A velocidade de cruzeiro do carro voador será de 60 km/h e a autonomia das baterias ficará entre 20 e 30 quilômetros. Ou seja, cada vôo terá no máximo trinta minutos de duração. Como o peso máximo de decolagem é de 500 quilos, considerando tripulação e o veículo, a aeronave deve ser bastante leve.
O nome formal da aeronave é “Electric Vertical Takeoff and Landing” (eVTOL), algo como “aeronave elétrica de decolagem e pouso verticais”. Assim, o próprio nome já descreve as principais características do veículo: propulsão elétrica, portanto limpa (desde que a fonte de energia usada para recarregar as baterias tenha essa origem); e capaz de realizar pousos e decolagens na vertical, que traz como principal benefício poder ser usado em qualquer lugar, não demandando a estrutura de um aeroporto.
Outras vantagens do carro voador listadas pela startup são a redução do tempo de viagem e dos congestionamentos nas cidades. De acordo com a Sky Drive, as discussões sobre esse tipo de mobilidade estão avançadas no Japão, e a expansão do seu uso é esperado para 2030. A startup já conta com 100 empresas patrocinadoras, com gigantes como a Toyota. Outras formas de aplicação dos carros voadores seriam nos serviços de táxi em áreas urbanas, o transporte em ilhas remotas e áreas montanhosas e como meio de transporte de emergência em caso de desastres.