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Carros em falta - Compre, mas não leve agora

Medida que dificulta importação ainda não repercute nos estoques. Porém, problemas de produção e de regulação tornam complicada aquisição de modelos de diversas marcas

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Com a greve em São José dos Pinhais, VW Fox, em especial na versão 1.6, vira raridade

 

A medida adotada pelo governo federal mês passado de suspender a concessão de licença automática para os veículos importados (que teve como alvo a Argentina) pode ainda não ter repercutido tanto nos estoques das concessionárias brasileiras. Porém, o tsunami no Japão (que prejudicou o fornecimento de peças para fabricantes de origem nipônica e não nipônica) e a própria regulação do mercado, tendo em vista o equilíbrio entre oferta e procura, fazem com que, atualmente, quase todas as principais marcas presentes no Brasil tenham algum carro ou versão em falta.

 

Os motivos são diversos e nunca é possível apontar um único fator. E, em muitos casos, é preciso ter cuidado, pois querer um carro muito cobiçado pode ser sinônimo de pagar mais do que o preço sugerido pelo fabricante. Confira a disponibilidade de estoques das principais marcas, em Belo Horizonte.

FIAT Até o fim do mês passado, figurinha difícil era o Novo Uno Sporting. Os prazos para entrega chegaram a ser de 60 dias. Esta semana, pouco a pouco, uma ou outra unidade começa a chegar. Especula-se que a produção do carro tenha sido atingida pela falta de alguns componentes eletrônicos vindos do Japão, onde grande parte da indústria foi prejudicada pelo tsunami de março. A Strada cabine dupla, desde o lançamento, nunca foi encontrada com folga e agora não é diferente. Algumas revendas pedem de 40 a 60 dias para entrega da picape. Os estoques também estão baixos da versão de entrada, Strada Fire, além do Palio Weekend, do Siena EL, do Palio Fire e do Doblò ELX. O Mille não chega a faltar, mas também não escapa da pequena oferta.

FORD Desde março é difícil encontrar a picape Ranger, principalmente com motor a diesel, e as revendas pedem prazo de 60 a 90 dias. Logo, a medida que dificulta a chegada dos modelos produzidos na Argentina não é desculpa. Em contrapartida, com a liberação recente de um navio daquele país, em poucos dias deve haver maior oferta do Focus, em especial do Focus hatch 11/12, que ainda não era encontrado. Recém-anunciado, o Fusion V6 4x2 também não chegou. E o Edge também está em falta. A justificativa seria um problema de peça, com um fornecedor canadense, que fez interromper a produção. Mesmo assim, o carro é vendido acima do sugerido pelo fabricante e a diferença pode chegar a R$ 6 mil.

GENERAL MOTORS Quase impossível encontrar um Celta duas portas básico para pronta entrega ou, por outro lado, um Celta quatro portas bem equipado (ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas). Oferta que, segundo os concessionários, deve se normalizar este mês. Também difícil conseguir o Agile, em especial o topo de linha, LTZ, e a Captiva com motor 3.0 V6. Pede-se até preço superior ao sugerido.

Ford Ranger a diesel está escassa desde março e revendas pedem de 60 a 90 dias para entrega



VW Estoques muito prejudicados pela greve na fábrica de São José dos Pinhais (PR), onde são produzidos o Fox e o Golf. Encontrar Fox 1.6 no mercado é quase raridade. Para o Jetta 2.0 TSi há uma pequena fila de espera, “normal” para o tipo de lançamento.

RENAULT Também recém-lançado, o Fluence não é encontrado com facilidade; o novo Sandero chega aos poucos; e a Grand Tour é raridade.

TOYOTA Estoques reduzidos de maneira geral. Junta-se à não liberação automática dos veículos produzidos na Argentina o problema do tsunami no Japão. Para Hilux, SW4 e Rav4 chega-se a pedir de 60 a 80 dias para entrega. Do Corolla, dificuldade maior é na versão topo de linha, Altis.

HONDA Também prejudicada pelos problemas no Japão, a fábrica brasileira chegou a dar férias coletivas aos funcionários, mês passado, para reduzir a produção. Mas, segundo as concessionárias, não há falta de produto. Pode haver dificuldade para conseguir uma cor ou versão (especialmente as de entrada do Fit e do City) específicas, mas, em geral, há estoque de todos os modelos. Além disso, a fábrica deve voltar a faturar a partir da próxima semana, aumentando os estoques até o fim do mês. A exceção é para o Accord, há muito tempo com pedidos reduzidos e com prazo de 90 dias para entrega.

CITROËN Maior dificuldade para encontrar os carros com câmbio automático, em geral, mas não chega a ser uma falta no mercado. Entrega do AirCross deve ser normalizada até o fim do mês. Como muitos modelos são produzidos na Argentina, revendedores acreditam que podem vir a ter problemas, em um ou dois meses, se a política entre os dois países não se normalizar.

PEUGEOT De maneira geral, não falta produto. Apenas o 3008 é encontrado com certa dificuldade (revendas pedem menos de um mês nos pedidos), mas com preços bem mais altos do que os sugeridos pelo fabricante.

NISSAN Não chega a haver falta, mas os estoques estão, de maneira geral, bem mais baixos do que o habitual para a família Livina e a picape Frontier.

MITSUBISHI Lançado ano passado no Brasil, o ASX tem fila de espera. Para algumas versões, pedem-se 90 dias. Também há dificuldade na entrega do Pajero Dakar e do TR4 automático, neste caso com prazos de entrega de 30 a 40 dias.

KIA Segundo as concessionárias, o Sportage topo de linha não existe no mercado. A lista de espera é grande e não há disponibilidade nacional.

HYUNDAI Maior dificuldade de entrega é do ix35. Do Sonata, o estoque é pequeno e cíclico, mas nada que retarde muito a comercialização.