A Argentina é o único país que ainda produz o Chevrolet Cruze: no restante do mundo, inclusive na Ásia e na América do Norte, o modelo saiu de linha sem deixar sucessor direto. Pois parece que, ainda neste ano, tal história enfim se repetirá no país vizinho. De acordo com o jornal local Ámbito, a produção na fábrica de Santa Fé será encerrada no próximo mês de novembro.
A publicação argentina pondera que, até lá, poderão ocorrer algumas variações no cronograma, devido a questões operacionais. Isso significa que o Chevrolet Cruze pode sair de linha um pouco antes ou até mesmo depois do mês de novembro. Porém, o jornal assegura que a produção chegará ao fim ainda em 2023. O VRUM contatou a assessoria de comunicação do fabricante no Brasil e está à espera de resposta.
De qualquer modo, essa decisão não chega a surpreender, em virtude do aumento massivo da participação dos SUVs no mercado. Verdade seja dita, na Argentina, o Chevrolet Cruze ainda obtém bom desempenho comercial. No último mês de abril, o modelo ficou em sétimo lugar no ranking geral de vendas, com 871 emplacamentos, incluindo o Sedan e o Sport6.
Entretanto, no Brasil, que é o maior mercado de veículos do continente, a situação é bem pior. O Chevrolet Cruze Sedan, que no passado tinha vendas expressivas, somou apenas 335 unidades comercializadas no primeiro quadrimestre de 2023. Já o Sport6, único hatch médio disponível no país atualmente, sequer aparece no ranking de emplacamentos.
Mas vale destacar que, apesar das vendas em baixa, a Chevrolet segue comercializando normalmente o Cruze no Brasil. O Sedan está à venda em quatro versões: LT, Midnight, LTZ e Premier, com preços entre R$148.650 e R$178.050. Por sua vez, o Sport6 tem apenas a configuração RS, que custa R$168.190. Toda a gama é equipada com motor 1.4 turbo de até 153cv de potência e câmbio automático de seis marchas.
SUVs substituirão hatch e sedan
Segundo o jornal Ámbito, no lugar do Cruze, a Chevrolet fabricará em Santa Fé o já conhecido Tracker. Essa operação não vai alterar a produção do modelo no Brasil, que prosseguirá regularmente: trata-se de uma operação complementar, para aumentar a oferta do modelo em todo o continente.
Porém, informações extraoficiais indicam que a multinacional pretende produzir outro SUV na Argentina. O modelo em questão já está à venda nos Estados Unidos, onde se chama Trax, e também na China, com o nome de Seeker. Ele ocupa uma faixa de mercado superior à do Tracker e, assim, concorrerá com Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos. Contudo, será mais acessível que o Equinox.
Breve histórico do Chevrolet Cruze
O Chevrolet Cruze teve somente duas gerações. A primeira estreou mundialmente em 2008, com carroceria sedan: o hatch só surgiu em 2011. Neste mesmo ano, iniciou-se a produção do modelo em São Caetano do Sul (SP), sendo que a nacionalização do hatch ocorreu em 2012. Curiosamente, na Ásia e na Europa, houve também uma configuração perua, que nunca chegou ao Brasil.
Já a segunda geração veio ao mundo em 2016, nas configurações sedan e hatch: a perua acabou excluída da gama. No mesmo ano, ambas as opções de carrocerias chegaram ao Brasil, mas já com produção argentina. As duas linhagens têm projeto asiático, porém o desenvolvimento delas sempre mirou o mercado estadunidense.
Com o fim do Cruze, se encerrará uma longa tradição que a Chevrolet construiu nos segmentos de sedans e hatches médios no mercado brasileiro. A história da empresa nessas categorias começou na década de 1980, com o Monza e o Kadett. Depois deles, vieram o Vectra e o Astra, que também tiveram ótima aceitação comercial.
Assista ao vídeo e saiba mais sobre o Chevrolet Cruze:
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